A boa notícia para o torcedor do Liverpool é que Brendan Rodgers parece estar convicto. Há algumas rodadas vem adotando o mesmo esquema tático, um 3-6-1, e na medida do possível vem repetindo as peças, dando sequência aos determinados jogadores. A aparente falta de convicção e as mudanças frequentes na equipe foram alvos de críticas de minha parte no início da temporada para com ele (leia aqui), mas esse problema parece hoje superado.
Na linha de três da zaga, Emre Can, Skrtel e Sakho se mostram os donos das posições. Um trio com ótima estatura, relativa velocidade e boa saída de bola pelos lados, com o destro Can e o canhoto Sakho. Em relação às alas, a cada dia fica mais nítido que Moreno pela esquerda e Markovic pela direita são as melhores opções (creio que o sérvio de 20 anos brigará com Henderson pela posição nesse primeiro semestre de 2015, e creio que ganhará essa briga).
A presença de um winger na ala dum sistema com três zagueiros tem se tornado meio corriqueira, por sinal. É assim com Markovic no Liverpool, com Valencia e Young no United, e por aí vai. Até mesmo Robben cumpriu esse papel no Bayern, numa das tantas inovações de Guardiola.
No quadrado do meio campo, Lucas e Gerrard costumam formar a dupla de volantes (Henderson na ala direita e Markovic no banco), enquanto Lallana e Coutinho compõem a dupla de meias, e Sterling joga de centroavante. Sem os titulares Lallana e Sterling na partida deste sábado, contra o Sunderland, fora de casa, pela 21ª rodada da Premier League (prancheta acima), Gerrard foi avançado, ao lado de Coutinho, e Lucas e Henderson compuseram a dupla de volantes, com Markovic na ala direita e Borini na referência.
O primeiro tempo acabou 1 a 0 para o Liverpool, mas poderia ter acabado uns 4. Sem exagero. Várias chances foram criadas, a maioria por Coutinho e Markovic, os melhores em campo nos primeiros 45 minutos. No intervalo, por algum motivo (talvez por ter feito uma primeira etapa ruim tecnicamente), Gerrard saiu para a entrada de Lovren. Dessa forma, Can saiu da zaga e inicialmente passou para o meio campo, ao lado de Coutinho, mas depois inverteu de vez com o camisa 50 (Lucas e Henderson seguiram como volantes). O placar, 1 a 0, gol de Markovic, foi mantido até o final.
Enfim, parece que Brendan Rodgers encontrou a chamada formação ideal na temporada. Demorou um pouco, mas aparentemente encontrou-a. A questão é: com quais peças, quando todas estiverem à disposição? Se ele mantiver o 3-6-1 (acredito que manterá), penso que Sterling e Coutinho serão os meias, Lucas e Gerrard os volantes, Sturridge o nove, e Markovic e Moreno os alas, além do trio de zaga e do goleiro. Ou seja, os titulares no momento Lallana e Henderson acabariam na reserva. Vamos ver. Se um dia todos os atletas estiverem à disposição (coisa rara), saberemos o que o treinador tem em mente. Seja o que for, o fato é que a repetição do XI de umas rodadas para cá mostra sua convicção. E isso é uma boa notícia, pois não há evolução sem repetição (e não há repetição sem convicção).
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