Guardiola deu a deixa. Disse que o Brasil vai voltar a triunfar quando voltar a jogar com pontas. Concordo. Você que me segue no Twitter, aliás, sabe que eu sempre fui contra, por exemplo, Oscar pela beirada (o próprio certamente também). Além de matar a faixa central, pois você tira dali seu melhor meia, você compromete o rendimento pelo flanco, já que Oscar está longe de ser um winger. (Sem falar na exposição do jogador.) Foi assim com Felipão na Copa do Mundo, e está sendo agora com Dunga. Ou seja, insiste-se no erro mesmo após o 7 a 1. Isso em nome: burrice.
Também sempre fui contra tirar Neymar da sua praia - a ponta esquerda - para deixá-lo "livre" no ataque para "decidir". Para ficar mais "próximo" da área, argumentam alguns. Foi assim com Felipão na Copa, e está sendo agora com Dunga. Respeito e compreendo quem é a favor dessa ideia, de deixar o craque do time "livre" para "decidir". Mas discordo com unhas e dentes. Desde sempre. Pois na minha cabeça está claro e evidente que Neymar é ponta, e ponto final. Sempre fui contra essa ideia, e serei ainda mais, depois desta declaração do melhor treinador do mundo. (Sem falar na carga emocional que se cria sobre o indivíduo quando o deixam "livre" para "decidir".)
Guardiola não disse explicitamente que jogaria com Neymar na ponta. Eu sei. Mas a conclusão que eu chego ao ler sua colocação é bastante simples: já que vou jogar com pontas do ramo, vou escolher os melhores. Logo, a ponta esquerda é de Neymar, e isso não se discute, pois trata-se do melhor ponta-esquerda da atualidade. Não só do Brasil, mas do mundo. Cristiano Ronaldo? Podemos discutir, mas não agora. O fato é que Neymar é um ponta-esquerda espetacular, mas que na Seleção precisa ser o faz-tudo com a bola, ao passo que as beiradas ficam com o meia Oscar ou o volante Fred, quando deveriam ficar com pontas de ofício, velozes e dribladores.
De qualquer forma, é bom ponderarmos um pequeno detalhe: Dunga não é treinador de futebol. Estar no cargo não faz dele um treinador. Se colocassem um cone para treinar a Seleção, por exemplo, e se ela ganhasse uns jogos (o que seria bem possível), você iria dizer que o cone é treinador? Iria dizer que o trabalho do cone é bom? Espero que não. Portanto, olho aberto na hora de engolir mentiras enlatadas que nos vendem por aí. Onde quero chegar com isso? O que quero dizer? Quero dizer que muitas de nossas discussões são, infelizmente, em vão. Enquanto Dunga for o "treinador" da Seleção, muitos de nossos debates serão em vão. Em relação aos pontas, honestamente, creio que ele sequer entendeu o que Guardiola quis dizer, por exemplo.
sexta-feira, agosto 14, 2015
quinta-feira, agosto 06, 2015
As possibilidades do PSG com Di María
A chegada de Di María coloca o PSG em outro patamar. Com o argentino no XI, a chance de sucesso na Champions League – o grande objetivo do clube – aumenta consideravelmente. Não estou dizendo que com ele o PSG passa a ser o grande favorito. Não é isso. Longe disso. Outros times estão na frente nessa fila, em especial o Barcelona de Messi, Suárez e Neymar – esse sim, o grande favorito. No entanto, com Di María, a equipe da França se torna mais equilibrada e, consequentemente, mais preparada para ir mais longe na UCL. Se irá ou não, são outros quinhentos.
Di María chega (contrato até 2019) para ocupar uma posição "carente" no elenco do Paris. Digo carente, mesmo que entre aspas, porque nas últimas duas temporadas a primeira opção para a ponta esquerda foi Cavani (Pastore a segunda e Lavezzi a terceira). Ou seja, o 4-1-4-1 de Blanc nunca teve um winger de ofício à esquerda – como teve à direita, por exemplo, com Lucas. Nas últimas duas temporadas, portanto, o treinador sempre "improvisou" na esquerda. Ninguém da posição, com característica de ponta, jogou por ali. (E ainda assim, foi bem na Champions.) Agora, com Di María, um dos melhores wingers do mundo (embora ele também renda pela faixa central), enfim o time não deve mais ter um centroavante puro-sangue como Cavani "sacrificado" na beirada do campo (o que, convenhamos, era um desperdício). Agora, com Di María, o time deve ter alguém do ramo pelo flanco. E, consequentemente, ficar mais equilibrado.
Inicialmente pensei nesse 4-4-2 em linha da prancheta acima. Bom. Na verdade, se sem Di María eu já o considerava o esquema tático ideal para acomodar Ibrahimovic e Cavani, agora, então, com Di María, nem se fala. Linha de quatro na defesa, Verratti e Matuidi por dentro, Lucas e Di María pelas beiradas, mais Ibrahimovic e Cavani no ataque. Um 4-4-2 muito bem balanceado, com dois wingers de elite (velocidade, drible, cruzamento), dois volantes complementares (um técnico, com visão de jogo e passe qualificado, e outro com poder de infiltração), e dois atacantes extremamente goleadores, que também sabem jogar longe da área (em especial Ibrahimovic). Na teoria, convenhamos, um espetáculo. Na prática, porém, talvez nem chegue a existir, uma vez que, ao que tudo indica, Zlatan (33 anos) deve sair. Se confirmada essa saída, não só Cavani será beneficiado, pois voltará a jogar como nove, mas também o PSG em si, o time em si, no sentido coletivo, pois ficará mais equilibrado, em todos os sentidos. Se assim for, o 4-4-2 em linha se tornará inadequado e improvável, e a tendência será/é a manutenção do 4-1-4-1.
Dessa forma, Cavani assume a posição que era de Ibrahimovic, e Di María a que era de Cavani, digamos assim, em relação à temporada passada. Sem dúvida alguma, um XI mais próximo do ponto de equilíbrio, com um camisa nove matador e dois pontas de verdade. Embora Lucas e Di María não sejam extremos goleadores (raros são), nesse esquema, com Cavani na referência, eles devem contribuir e muito para o time. Além da velocidade e dos dribles, ambos devem se destacar nos cruzamentos, uma vez que o destro deve atuar pela direita e o canhoto pela esquerda. Em outras palavras, Cavani tem tudo para fazer um caminhão de gols. Outro detalhe é a eficiência de Lucas e Di María na recomposição. O desempenho deles na fase defensiva é digno de nota (sem falar que, na fase ofensiva, eles são letais na transição).
E não é só o setor ofensivo que fica mais equilibrado nesse 4-1-4-1, com essas peças. O meio de campo também. Pois, se no 4-4-2 em linha cogitado por mim, por exemplo, a equipe tem em tese apenas dois homens no meio campo (Verratti e Matuidi), no 4-1-4-1 são três: Verratti e Matuidi nas meias – como foi na temporada passada, por sinal –, mais o cabeça de área. É uma questão numérica. Três mais que dois. A pergunta é: quem será o cabeça de área? Se Thiago Motta não sair, evidentemente deve ser ele. Caso contrário, Rabiot e Stambouli devem disputar essa vaga. Ou (esta opção é boa demais para ser verdade) Blanc pode optar por Verratti à frente da zaga, e Pastore e Matuidi nas meias. Convenhamos, no papel, uma senhora meiuca. Enfim. De qualquer forma, no fim das contas, são apenas especulações da minha parte. Agora nos resta esperar para ver o que o treinador realmente tem em mente.
PS: Antes de falar que Di María não deu certo no Manchester United, lembre-se de van Gaal, beleza?
Di María chega (contrato até 2019) para ocupar uma posição "carente" no elenco do Paris. Digo carente, mesmo que entre aspas, porque nas últimas duas temporadas a primeira opção para a ponta esquerda foi Cavani (Pastore a segunda e Lavezzi a terceira). Ou seja, o 4-1-4-1 de Blanc nunca teve um winger de ofício à esquerda – como teve à direita, por exemplo, com Lucas. Nas últimas duas temporadas, portanto, o treinador sempre "improvisou" na esquerda. Ninguém da posição, com característica de ponta, jogou por ali. (E ainda assim, foi bem na Champions.) Agora, com Di María, um dos melhores wingers do mundo (embora ele também renda pela faixa central), enfim o time não deve mais ter um centroavante puro-sangue como Cavani "sacrificado" na beirada do campo (o que, convenhamos, era um desperdício). Agora, com Di María, o time deve ter alguém do ramo pelo flanco. E, consequentemente, ficar mais equilibrado.
Inicialmente pensei nesse 4-4-2 em linha da prancheta acima. Bom. Na verdade, se sem Di María eu já o considerava o esquema tático ideal para acomodar Ibrahimovic e Cavani, agora, então, com Di María, nem se fala. Linha de quatro na defesa, Verratti e Matuidi por dentro, Lucas e Di María pelas beiradas, mais Ibrahimovic e Cavani no ataque. Um 4-4-2 muito bem balanceado, com dois wingers de elite (velocidade, drible, cruzamento), dois volantes complementares (um técnico, com visão de jogo e passe qualificado, e outro com poder de infiltração), e dois atacantes extremamente goleadores, que também sabem jogar longe da área (em especial Ibrahimovic). Na teoria, convenhamos, um espetáculo. Na prática, porém, talvez nem chegue a existir, uma vez que, ao que tudo indica, Zlatan (33 anos) deve sair. Se confirmada essa saída, não só Cavani será beneficiado, pois voltará a jogar como nove, mas também o PSG em si, o time em si, no sentido coletivo, pois ficará mais equilibrado, em todos os sentidos. Se assim for, o 4-4-2 em linha se tornará inadequado e improvável, e a tendência será/é a manutenção do 4-1-4-1.
Dessa forma, Cavani assume a posição que era de Ibrahimovic, e Di María a que era de Cavani, digamos assim, em relação à temporada passada. Sem dúvida alguma, um XI mais próximo do ponto de equilíbrio, com um camisa nove matador e dois pontas de verdade. Embora Lucas e Di María não sejam extremos goleadores (raros são), nesse esquema, com Cavani na referência, eles devem contribuir e muito para o time. Além da velocidade e dos dribles, ambos devem se destacar nos cruzamentos, uma vez que o destro deve atuar pela direita e o canhoto pela esquerda. Em outras palavras, Cavani tem tudo para fazer um caminhão de gols. Outro detalhe é a eficiência de Lucas e Di María na recomposição. O desempenho deles na fase defensiva é digno de nota (sem falar que, na fase ofensiva, eles são letais na transição).
E não é só o setor ofensivo que fica mais equilibrado nesse 4-1-4-1, com essas peças. O meio de campo também. Pois, se no 4-4-2 em linha cogitado por mim, por exemplo, a equipe tem em tese apenas dois homens no meio campo (Verratti e Matuidi), no 4-1-4-1 são três: Verratti e Matuidi nas meias – como foi na temporada passada, por sinal –, mais o cabeça de área. É uma questão numérica. Três mais que dois. A pergunta é: quem será o cabeça de área? Se Thiago Motta não sair, evidentemente deve ser ele. Caso contrário, Rabiot e Stambouli devem disputar essa vaga. Ou (esta opção é boa demais para ser verdade) Blanc pode optar por Verratti à frente da zaga, e Pastore e Matuidi nas meias. Convenhamos, no papel, uma senhora meiuca. Enfim. De qualquer forma, no fim das contas, são apenas especulações da minha parte. Agora nos resta esperar para ver o que o treinador realmente tem em mente.
PS: Antes de falar que Di María não deu certo no Manchester United, lembre-se de van Gaal, beleza?
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