O tempo vai mostrar que estamos diante do trio mais espetacular da história do esporte mais espetacular de todos. Portanto, aproveite.
Mas por quê? Por que o trio MSN é tão especial? Por que deu/está dando tão certo? Qual a fórmula? Qual o segredo? Qual a mágica? Bom. Primeiramente é preciso compreender a qualidade e o tamanho dos jogadores em questão. Em especial, claro, Lionel Messi, o único capaz de bater de frente com Pelé – o que por si só já diz muita coisa. O único gênio em atividade (o resto é craque), vivendo o auge da carreira, aos 28 anos de idade.
Genialidade. No quesito genialidade, quem mais se aproxima de Messi é justamente o outro ponta do time. Partindo do princípio de que o camisa 10 argentino é o único gênio em atividade (não sei se você concorda com isso), o segundo nesse ranking é justamente o brasileiro Neymar. Qual a definição ou o sinônimo de genialidade? Eu diria que talento. Logo, estamos falando dos dois jogadores mais talentosos em atividade no futebol mundial. E eles jogam no mesmo time! (Lembre-se, aos 23 anos de idade, Neymar ainda está a uns cinco do seu auge; ainda assim já fez o que fez e faz o que faz.)
Soma-se a eles ninguém menos que Suárez (28 anos), o melhor centroavante do planeta, vivendo seu auge, hoje à frente de Lewandowski, de Agüero, de Ibrahimovic, de Aubameyang, de Benzema, de Vardy e etc. Eu sei, Suárez não é gênio (lembre-se, só Messi é), tampouco aspirante a isso (como é Neymar). Contudo, sem dúvida alguma, trata-se de um craque do mais alto nível, e sua passagem pelo Liverpool e agora pelo Barcelona escancaram isso. Sem falar na raça do uruguaio, né. Qual treinador, por exemplo, não gostaria de ter um nove mordedor na marcação lá na frente?
Portanto, preste atenção: estamos falando aqui do melhor ponta-direita do mundo (Messi), do melhor centroavante do mundo (Suárez) e do melhor ponta-esquerda do mundo (Neymar) no mesmo time, distribuídos no 4-3-3 clássico. Porque ainda tem isto. Nenhum deles está "improvisado" ou "fora de posição". Não houve "sacrifícios" para encaixá-los na equipe, como é comum acontecer. Os três estão em suas respectivas praias, onde podem render o máximo, individual e coletivamente. E esse é um dos segredos, uma das chaves do sucesso. Por isso se entrosaram tão facilmente.
E se entrosaram facilmente também, ou melhor, principalmente, porque os três são excelentes em três aspectos fundamentais do futebol: o passe, o drible e o arremate (quando você tem a bola, você tem basicamente três opções: passar, driblar ou finalizar). Ainda que em diferentes níveis, tanto Messi, quanto Neymar e Suárez são grandes passadores (o número de assistências entre eles ajuda a comprovar isso), são grandes dribladores, letais no mano a mano, e são grandes artilheiros (o número de gols deles comprova isso). Sem falar no show, no entretenimento, no colírio para os olhos, na beleza das jogadas. E na eficiência.
Outro segredo, que na verdade não é segredo, é o entrosamento fora de campo. É sabido que os três se tornaram amigos de verdade (que upgrade na vida de Neymar, Messi é o novo Gil Cebola). Todos sabem que o ambiente entre eles é ótimo. Não sei até quando vai durar essa Lua de Mel, mas o fato é que eles se dão muito bem fora das quatro linhas, e o resultado disso é vaidade zero e altruísmo mútuo a mil dentro delas.
Quem ganha com isso? Mais do que o Barcelona e seus torcedores, ganha o futebol e seus admiradores. Pois estamos diante do trio mais espetacular da história do esporte mais espetacular de todos, e o tempo mostrará isso no futuro. Portanto, só te digo uma coisa: aproveite o presente.
PS: A comparação com outros trios, até mesmo de outros setores como meio campo e defesa, deve se dar entre clubes, e não entre clube e seleção. Não faz sentido comparar Messi, Suárez e Neymar com, por exemplo, Ronaldinho, Rivaldo e Ronaldo da Copa 2002. Como diria o outro, uma coisa é uma coisa e outra coisa é outra coisa.
segunda-feira, dezembro 21, 2015
sexta-feira, novembro 27, 2015
4-1-4-1 > 4-2-3-1
"Passou o momento." Foi o que disse Tite sobre o 4-2-3-1. Em contrapartida, na entrevista publicada hoje no site da Folha (leia aqui), o treinador falou que o 4-1-4-1 é "agressivo" e "criativo". Não com essas palavras, mas você que me segue no Twitter deve ter percebido que eu tenho batido nessa tecla de uns tempos para cá.
Evidente que você ainda vê times jogando no 4-2-3-1, inclusive na própria Europa. Em especial na Inglaterra (o que me leva a desconfiar se isso tem a ver com o papel dos ingleses na Champions League recentemente). Mas o fato é que o 4-1-4-1 (o 4-3-3 compactado, com pontas alinhados aos meias) tem se mostrado o esquema tático mais condizente com o futebol de alto nível que se joga hoje em dia. O 4-2-3-1, digamos, é muito 2010.
Aliás, falando em 2010, é bom lembrar que a maioria dos treinadores brasileiros precisou da Copa do Mundo da África do Sul para "descobrir" o 4-2-3-1 (uma nítida evidência de que eles não assistiam ao futebol europeu pela TV fechada). Foi só a partir de então que o esquema começou a se disseminar pelos times brasileiros, sendo hoje, quase 2016, ainda, o sistema mais utilizado por aqui. Raros times jogaram o Brasileirão 2015 no 4-1-4-1, por exemplo. O campeão Corinthians de Tite foi um deles; o Cruzeiro de Mano também o adotou (não à toa, são os dois melhores treinadores brasileiros da atualidade); sem falar no São Paulo de Osorio, e no Atlético-MG de Levir em alguns momentos. Mais algum? Não me lembro.
Claro. Esquema tático sozinho não ganha jogo. O que realmente importa é o funcionamento do time. O esquema estrutura, mas sem ideias de jogo não significa muita coisa. E é aí que entra o famoso dedo do treinador. (E vale ressaltar que sem certas peças você não consegue executar certas ideias, nem implantar certos esquemas.) No entanto a importância do esquema tático em si não pode ser diminuída, e as palavras de Tite me auxiliam nessa visão em relação ao 4-1-4-1 ser melhor que o 4-2-3-1. Mas qual a diferença? Por que o 4-2-3-1 ficou no passado e o 4-1-4-1 implica em algo moderno? - se é que você concorda com isso.
Na minha visão, entre outros fatores, pelo seguinte: o 4-2-3-1 ainda divide o meio campo em dois (volante e meia), um problema grave do futebol brasileiro nas últimas duas décadas, enquanto o 4-1-4-1 exige um meio-campista mais completo. E esse meio-campista mais completo, mais versátil, que "defende" e "ataca" com eficiência semelhante, representa o que há de moderno no setor mais crucial do time (o meio campo). A tendência do 4-2-3-1, na verdade, é virar um 4-4-1-1, com wingers alinhados aos volantes na fase defensiva, e o meia-central (camisa 10), que joga atrás do centroavante, virar um segundo atacante. Ou seja, o camisa 10 vira mais um segundo atacante, e a criação está mais na faixa dos volantes (o que configuraria um 4-4-2 em linha). Por essas e outras, o 4-1-4-1 é o mais equilibrado, em todos os sentidos. E as palavras de Tite endossam ainda mais essa opinião, embora não exista uma verdade absoluta.
Evidente que você ainda vê times jogando no 4-2-3-1, inclusive na própria Europa. Em especial na Inglaterra (o que me leva a desconfiar se isso tem a ver com o papel dos ingleses na Champions League recentemente). Mas o fato é que o 4-1-4-1 (o 4-3-3 compactado, com pontas alinhados aos meias) tem se mostrado o esquema tático mais condizente com o futebol de alto nível que se joga hoje em dia. O 4-2-3-1, digamos, é muito 2010.
Aliás, falando em 2010, é bom lembrar que a maioria dos treinadores brasileiros precisou da Copa do Mundo da África do Sul para "descobrir" o 4-2-3-1 (uma nítida evidência de que eles não assistiam ao futebol europeu pela TV fechada). Foi só a partir de então que o esquema começou a se disseminar pelos times brasileiros, sendo hoje, quase 2016, ainda, o sistema mais utilizado por aqui. Raros times jogaram o Brasileirão 2015 no 4-1-4-1, por exemplo. O campeão Corinthians de Tite foi um deles; o Cruzeiro de Mano também o adotou (não à toa, são os dois melhores treinadores brasileiros da atualidade); sem falar no São Paulo de Osorio, e no Atlético-MG de Levir em alguns momentos. Mais algum? Não me lembro.
Claro. Esquema tático sozinho não ganha jogo. O que realmente importa é o funcionamento do time. O esquema estrutura, mas sem ideias de jogo não significa muita coisa. E é aí que entra o famoso dedo do treinador. (E vale ressaltar que sem certas peças você não consegue executar certas ideias, nem implantar certos esquemas.) No entanto a importância do esquema tático em si não pode ser diminuída, e as palavras de Tite me auxiliam nessa visão em relação ao 4-1-4-1 ser melhor que o 4-2-3-1. Mas qual a diferença? Por que o 4-2-3-1 ficou no passado e o 4-1-4-1 implica em algo moderno? - se é que você concorda com isso.
Na minha visão, entre outros fatores, pelo seguinte: o 4-2-3-1 ainda divide o meio campo em dois (volante e meia), um problema grave do futebol brasileiro nas últimas duas décadas, enquanto o 4-1-4-1 exige um meio-campista mais completo. E esse meio-campista mais completo, mais versátil, que "defende" e "ataca" com eficiência semelhante, representa o que há de moderno no setor mais crucial do time (o meio campo). A tendência do 4-2-3-1, na verdade, é virar um 4-4-1-1, com wingers alinhados aos volantes na fase defensiva, e o meia-central (camisa 10), que joga atrás do centroavante, virar um segundo atacante. Ou seja, o camisa 10 vira mais um segundo atacante, e a criação está mais na faixa dos volantes (o que configuraria um 4-4-2 em linha). Por essas e outras, o 4-1-4-1 é o mais equilibrado, em todos os sentidos. E as palavras de Tite endossam ainda mais essa opinião, embora não exista uma verdade absoluta.
quarta-feira, novembro 18, 2015
Pontas de ponta na Seleção
Willian sempre foi ponta-esquerda e Douglas Costa sempre foi ponta-direita. Nos tempos de Shakhtar, em diferentes momentos, o posicionamento inicial deles sempre foi este: destro à esquerda e canhoto à direita, como mostram estas quatro pranchetas do Futebol de Botão (veja aqui, aqui, aqui e aqui). No entanto, como você sabe, Willian costuma jogar à direita no Chelsea e Douglas Costa à esquerda no Bayern. Por quê? Simples: porque no Chelsea tem um tal de Hazard e no Bayern tem um tal de Robben.
Okay. A explicação não é tão simples assim, em especial no que diz respeito ao time de Guardiola. Mesmo sem Robben no XI, Douglas Costa cansou de jogar aberto na esquerda nesta temporada. Mesmo sem Robben na equipe, Götze e Coman (e Müller) atuaram na ponta direita, enquanto Douglas seguiu na esquerda. Essa escolha, porém, está ligada à estratégia do treinador. Na ponta esquerda, o canhoto Douglas Costa gera amplitude e profundidade, e pode cruzar para matadores como Müller e Lewandowski, por exemplo. Já na Seleção, quando está aberto no flanco esquerdo, ele não tem para quem cruzar (ainda mais quando o centroavante é Neymar, como foi no 3 a 0 sobre o Peru, nesta terça, na Fonte Nova). Sem falar que o time de Dunga ataca com poucos homens na área.
O fato é que Douglas Costa rende mais pela direita, assim como Willian rende mais pela esquerda. Mas como você sabe, no Chelsea e no Bayern, Hazard é o dono da ponta esquerda e Robben o dono da ponta direita (e ainda assim, mesmo "fora de posição", Douglas Costa e Willian voam na Inglaterra e na Alemanha). Na Seleção, porém, fica evidente – e a partida contra o Peru foi sintomática – que essa é a melhor opção. Porque com as pernas invertidas (canhoto na direita e destro na esquerda), o ponta de qualidade – como são Willian e principalmente Douglas – entra na diagonal driblando e criando ângulo para o passe ou para o arremate com a parte de dentro do pé bom (sem falar na abertura do corredor para o lateral subir).
Portanto, uma coisa é mais do que certa: a ponta direita da Seleção deveria ser de Douglas Costa. Disso, não tenho dúvida. Daqui até a Copa 2018. Em contrapartida, só não cravo a mesma coisa em relação a Willian na esquerda porque o Brasil já possui o melhor ponta-esquerda do planeta, e ele atende pelo nome de Neymar Jr. Isso mesmo: o melhor ponta-esquerda do planeta. Como falso nove ou até segundo atacante no 4-4-2, por exemplo, Neymar é um ótimo jogador, pois é (muito) craque e se adapta bem. Mas como ponta-esquerda, o destro Neymar destrói. É o melhor do mundo na posição. Logo, não me parece inteligente tirá-lo dali, por mais que a crise da camisa nove seja inegável e preocupante. Em outras palavras, de uma coisa eu tenho certeza: independente do esquema (4-2-3-1 ou 4-1-4-1) e das outras peças, a Seleção deveria jogar com Douglas Costa na ponta direita e Neymar na ponta esquerda. Disso, meu caro, não tenho dúvida.
PS: Guardiola já deu a deixa. Leia aqui.
Okay. A explicação não é tão simples assim, em especial no que diz respeito ao time de Guardiola. Mesmo sem Robben no XI, Douglas Costa cansou de jogar aberto na esquerda nesta temporada. Mesmo sem Robben na equipe, Götze e Coman (e Müller) atuaram na ponta direita, enquanto Douglas seguiu na esquerda. Essa escolha, porém, está ligada à estratégia do treinador. Na ponta esquerda, o canhoto Douglas Costa gera amplitude e profundidade, e pode cruzar para matadores como Müller e Lewandowski, por exemplo. Já na Seleção, quando está aberto no flanco esquerdo, ele não tem para quem cruzar (ainda mais quando o centroavante é Neymar, como foi no 3 a 0 sobre o Peru, nesta terça, na Fonte Nova). Sem falar que o time de Dunga ataca com poucos homens na área.
O fato é que Douglas Costa rende mais pela direita, assim como Willian rende mais pela esquerda. Mas como você sabe, no Chelsea e no Bayern, Hazard é o dono da ponta esquerda e Robben o dono da ponta direita (e ainda assim, mesmo "fora de posição", Douglas Costa e Willian voam na Inglaterra e na Alemanha). Na Seleção, porém, fica evidente – e a partida contra o Peru foi sintomática – que essa é a melhor opção. Porque com as pernas invertidas (canhoto na direita e destro na esquerda), o ponta de qualidade – como são Willian e principalmente Douglas – entra na diagonal driblando e criando ângulo para o passe ou para o arremate com a parte de dentro do pé bom (sem falar na abertura do corredor para o lateral subir).
Portanto, uma coisa é mais do que certa: a ponta direita da Seleção deveria ser de Douglas Costa. Disso, não tenho dúvida. Daqui até a Copa 2018. Em contrapartida, só não cravo a mesma coisa em relação a Willian na esquerda porque o Brasil já possui o melhor ponta-esquerda do planeta, e ele atende pelo nome de Neymar Jr. Isso mesmo: o melhor ponta-esquerda do planeta. Como falso nove ou até segundo atacante no 4-4-2, por exemplo, Neymar é um ótimo jogador, pois é (muito) craque e se adapta bem. Mas como ponta-esquerda, o destro Neymar destrói. É o melhor do mundo na posição. Logo, não me parece inteligente tirá-lo dali, por mais que a crise da camisa nove seja inegável e preocupante. Em outras palavras, de uma coisa eu tenho certeza: independente do esquema (4-2-3-1 ou 4-1-4-1) e das outras peças, a Seleção deveria jogar com Douglas Costa na ponta direita e Neymar na ponta esquerda. Disso, meu caro, não tenho dúvida.
PS: Guardiola já deu a deixa. Leia aqui.
terça-feira, novembro 17, 2015
O segundo melhor treinador brasileiro
Mano Menezes está, indiscutivelmente, entre os três melhores do Brasil. A afirmação é bem atual, contudo foi escrita há oito anos, em novembro 2007. Duvida? Veja aqui. Pois é. Você que me segue no Twitter sabe que admiro o trabalho do treinador do Cruzeiro desde os tempos de Grêmio, quando ele ajudou a levar o Tricolor da Série B (2005) ao vice-campeonato da Copa Libertadores (2007), com um time que tinha, veja você, Saja no gol, Patrício na lateral, Sandro Goiano no meio campo e Tuta no ataque.
O Grêmio de Mano, por sinal, já jogava no 4-2-3-1, esquema tático que só virou moda no Brasil após a Copa 2010. Ou seja, enquanto Mano adotava o que havia talvez de mais moderno no futebol mundial em 2006, a maioria dos distribuidores de coletes que habitam o futebol brasileiro precisou da Copa do Mundo da África do Sul para “descobrir” o 4-2-3-1 – esquema que hoje, em pleno 2015, encontra-se, digamos, obsoleto, embora a maioria das equipes por aqui ainda o adote e o execute de modo equivocado.
Modinha. Falar mal de Mano no Brasil virou modinha. Devido a sua passagem pela Seleção, quando foi apunhalado pelas costas pelos mandatários da CBF e foi substituído por Felipão, e devido à maneira de como saiu do Flamengo, falar mal de Mano virou modinha, virou um esporte nacional, endossado pela imprensa nivelada por baixo, que predomina no futebol brasileiro. No Brasil tudo é levado para o lado pessoal, e com Mano não foi diferente. As poucas pessoas que conseguem analisar o trabalho de campo e bola e não apenas os resultados, no entanto, sabem que Mano fez um bom trabalho no Grêmio, no Corinthians (inclusive em 2014), na Seleção (foi mandado embora quando estava encontrando o caminho) e no próprio Flamengo (acabou campeão da Copa do Brasil).
Graças aos resultados obtidos pelo Cruzeiro (lembre-se, o resultado qualquer idiota analisa), espero que agora torcedores e jornalistas parem de pegar no seu pé, reconheçam o valor do seu trabalho e compreendam o tamanho de Mano Menezes no futebol brasileiro – um dos três melhores treinadores do país desde 2007, hoje atrás apenas de Tite (pelo menos na minha cabeça, indiscutivelmente). Quando foi contratado pelo Cruzeiro, aliás, eu disse que o time azul de Minas iria certamente brigar pelo G4. Mas pelo G4 do Brasileirão 2016, pois futebol não se faz da noite para o dia (confira aqui). Porém como o futebol brasileiro é uma enorme briga de foice no escuro, pode ser que essa previsão se confirme com um ano de antecedência, em função da qualidade do elenco e do treinador - e da ruindade dos adversários.
O Grêmio de Mano, por sinal, já jogava no 4-2-3-1, esquema tático que só virou moda no Brasil após a Copa 2010. Ou seja, enquanto Mano adotava o que havia talvez de mais moderno no futebol mundial em 2006, a maioria dos distribuidores de coletes que habitam o futebol brasileiro precisou da Copa do Mundo da África do Sul para “descobrir” o 4-2-3-1 – esquema que hoje, em pleno 2015, encontra-se, digamos, obsoleto, embora a maioria das equipes por aqui ainda o adote e o execute de modo equivocado.
Modinha. Falar mal de Mano no Brasil virou modinha. Devido a sua passagem pela Seleção, quando foi apunhalado pelas costas pelos mandatários da CBF e foi substituído por Felipão, e devido à maneira de como saiu do Flamengo, falar mal de Mano virou modinha, virou um esporte nacional, endossado pela imprensa nivelada por baixo, que predomina no futebol brasileiro. No Brasil tudo é levado para o lado pessoal, e com Mano não foi diferente. As poucas pessoas que conseguem analisar o trabalho de campo e bola e não apenas os resultados, no entanto, sabem que Mano fez um bom trabalho no Grêmio, no Corinthians (inclusive em 2014), na Seleção (foi mandado embora quando estava encontrando o caminho) e no próprio Flamengo (acabou campeão da Copa do Brasil).
Graças aos resultados obtidos pelo Cruzeiro (lembre-se, o resultado qualquer idiota analisa), espero que agora torcedores e jornalistas parem de pegar no seu pé, reconheçam o valor do seu trabalho e compreendam o tamanho de Mano Menezes no futebol brasileiro – um dos três melhores treinadores do país desde 2007, hoje atrás apenas de Tite (pelo menos na minha cabeça, indiscutivelmente). Quando foi contratado pelo Cruzeiro, aliás, eu disse que o time azul de Minas iria certamente brigar pelo G4. Mas pelo G4 do Brasileirão 2016, pois futebol não se faz da noite para o dia (confira aqui). Porém como o futebol brasileiro é uma enorme briga de foice no escuro, pode ser que essa previsão se confirme com um ano de antecedência, em função da qualidade do elenco e do treinador - e da ruindade dos adversários.
quinta-feira, outubro 22, 2015
Afinal, qual deveria ser a da Seleção?
Qual o modelo de jogo da seleção brasileira? Ou melhor. Qual é o modelo de jogo da seleção brasileira atual e qual é/seria o modelo de jogo considerado ideal para ela? A prioridade é/deveria ser valorizar a posse através da troca de passes ou é/deveria ser o contra ataque? Controlar o jogo com a bola ou controlar o jogo sem a bola? Afinal, qual deveria ser a prioridade da seleção pentacampeã do mundo?
Parece-me evidente que a resposta é a primeira opção. Parece-me evidente que a seleção brasileira deveria propor o jogo com a bola, através da troca de passes curtos, pacientes e pensados, visando à criação de chances para o talento desequilibrar. No entanto o que vemos na prática, sob o comando de Dunga, é uma equipe que prioriza a marcação por zona no campo defensivo, a retomada e a transição rápida (com Felipão não era muito diferente). É o que o time sabe fazer. Nada muito além disso. Por essas e outras, Dunga deve adorar enfrentar a Argentina em Buenos Aires, por exemplo, pois ele pode adotar essa estratégia sem ser questionado. Quando analisamos o todo, contudo, é pouco. Não é o suficiente.
Claro. Contra a Argentina fora de casa é justificável, compreensível e até recomendável priorizar a marcação por zona, a ocupação dos espaços com linhas compactadas e sincronizadas, a roubada e o contra ataque. Legítimo. O problema é que a Seleção de Dunga, sem tirar seus méritos e dos atletas, só sabe jogar dessa maneira. Uma maneira menos complexa, digamos assim – tanto é que são poucos no mundo (clubes e seleções) que conseguem valorizar a posse de bola à troca de passes inteligentes e eficientes. Quando a Seleção precisa propor o jogo com a bola, entretanto (ou seja, na maioria das partidas), os comandados de Dunga meio que não sabem o que fazer (as ações são resumidas nas saídas com os laterais, na bola longa e, claro, na genialidade de Neymar).
Particularmente tenho convicção de que a Seleção deveria ser uma dessas raras equipes no mundo que controlam o jogo com a bola, estilo Guardiola mesmo (Guardiola é o exemplo extremo, mas existem outros que adotam a mesma filosofia), pois há material humano para isso (Coutinho, Lucas Lima, Willian, Oscar, Casemiro, Fernandinho, Luiz Gustavo, Hernanes, etc). Em contrapartida, tenho certeza de que Dunga, mesmo se quisesse fazer isso, não teria nem ideia de como fazê-lo, de como treinar o time para colocar em prática esse modelo de jogo. Em outras palavras, o Brasil tem sim material humano, dentro de campo, para ser protagonista com a bola. Mas não tem material humano de qualidade no comando. A começar pelo treinador, que nem treinador é.
Parece-me evidente que a resposta é a primeira opção. Parece-me evidente que a seleção brasileira deveria propor o jogo com a bola, através da troca de passes curtos, pacientes e pensados, visando à criação de chances para o talento desequilibrar. No entanto o que vemos na prática, sob o comando de Dunga, é uma equipe que prioriza a marcação por zona no campo defensivo, a retomada e a transição rápida (com Felipão não era muito diferente). É o que o time sabe fazer. Nada muito além disso. Por essas e outras, Dunga deve adorar enfrentar a Argentina em Buenos Aires, por exemplo, pois ele pode adotar essa estratégia sem ser questionado. Quando analisamos o todo, contudo, é pouco. Não é o suficiente.
Claro. Contra a Argentina fora de casa é justificável, compreensível e até recomendável priorizar a marcação por zona, a ocupação dos espaços com linhas compactadas e sincronizadas, a roubada e o contra ataque. Legítimo. O problema é que a Seleção de Dunga, sem tirar seus méritos e dos atletas, só sabe jogar dessa maneira. Uma maneira menos complexa, digamos assim – tanto é que são poucos no mundo (clubes e seleções) que conseguem valorizar a posse de bola à troca de passes inteligentes e eficientes. Quando a Seleção precisa propor o jogo com a bola, entretanto (ou seja, na maioria das partidas), os comandados de Dunga meio que não sabem o que fazer (as ações são resumidas nas saídas com os laterais, na bola longa e, claro, na genialidade de Neymar).
Particularmente tenho convicção de que a Seleção deveria ser uma dessas raras equipes no mundo que controlam o jogo com a bola, estilo Guardiola mesmo (Guardiola é o exemplo extremo, mas existem outros que adotam a mesma filosofia), pois há material humano para isso (Coutinho, Lucas Lima, Willian, Oscar, Casemiro, Fernandinho, Luiz Gustavo, Hernanes, etc). Em contrapartida, tenho certeza de que Dunga, mesmo se quisesse fazer isso, não teria nem ideia de como fazê-lo, de como treinar o time para colocar em prática esse modelo de jogo. Em outras palavras, o Brasil tem sim material humano, dentro de campo, para ser protagonista com a bola. Mas não tem material humano de qualidade no comando. A começar pelo treinador, que nem treinador é.
quinta-feira, outubro 15, 2015
Galo coloca Inter no bolso
Compactação nas fases defensiva e ofensiva, aproximação, movimentação, sincronia, troca de passes curtos, intensidade, chances criadas. Esse foi o Atlético-MG diante do Internacional, no Independência, nesta quarta, pela 30ª rodada do Brasileirão. Apesar da vitória magra no placar (2 a 1), foi um banho de bola do time de Levir no time de Argel.
Claro. Levir está há mais tempo no cargo que Argel. Naturalmente o Galo deveria estar, como está, num estágio mais avançado que o Inter (está alguns estágios mais avançado, na verdade). No entanto não é apenas o tempo de casa do treinador que determinou a superioridade do Atlético (tampouco o fator casa). Seria simplório demais chegar a essa conclusão baseado apenas nisso. Vários fatores pesaram na balança, e talvez o principal deles seja a diferença entre os treinadores (sem falar nos jogadores, claro).
Se por um lado o Atlético sabia direitinho o que fazer quando tinha a posse, do outro o Inter não tinha nem ideia. Embora o adversário fosse o Atlético no Independência (ou seja, osso duro), o Colorado deixou a desejar quando a recuperava. Com Nilton, Dourado, Anderson e Alex no meio, e Ernando na lateral, o contra ataque praticamente não existiu. Não havia peças para isso. O que me levou a pensar que a estratégia de Argel, se é que ele tinha uma, era segurar a pressão e tentar vencer na bola longa ou aérea (o gol do Inter, de empate, saiu num escanteio, com o zagueiro Paulão). Convenhamos, é muito pouco.
Em outras palavras, o repertório do Inter na fase ofensiva foi limitadíssimo. Como me parece ser seu treinador: limitadíssimo. Parece-me que não dá para esperar de Argel muito além disso. Um time bastante físico, com atletas altos e fortes, que marca muito e sai no contra ataque (isso quando tem peças em campo para contra atacar, senão o repertório fica mais limitado, restrito à bola aérea e às jogadas individuais fortuitas, que sempre podem ocorrer e decidir uma partida). De fato, faltam boas ideias de jogo para Argel, e sua equipe é um reflexo disso dentro das quatro linhas. No Atlético, em contrapartida, as ideias de jogo são inteligentes, definidas e assimiladas. Reflexo de Levir.
Claro. Levir está há mais tempo no cargo que Argel. Naturalmente o Galo deveria estar, como está, num estágio mais avançado que o Inter (está alguns estágios mais avançado, na verdade). No entanto não é apenas o tempo de casa do treinador que determinou a superioridade do Atlético (tampouco o fator casa). Seria simplório demais chegar a essa conclusão baseado apenas nisso. Vários fatores pesaram na balança, e talvez o principal deles seja a diferença entre os treinadores (sem falar nos jogadores, claro).
Se por um lado o Atlético sabia direitinho o que fazer quando tinha a posse, do outro o Inter não tinha nem ideia. Embora o adversário fosse o Atlético no Independência (ou seja, osso duro), o Colorado deixou a desejar quando a recuperava. Com Nilton, Dourado, Anderson e Alex no meio, e Ernando na lateral, o contra ataque praticamente não existiu. Não havia peças para isso. O que me levou a pensar que a estratégia de Argel, se é que ele tinha uma, era segurar a pressão e tentar vencer na bola longa ou aérea (o gol do Inter, de empate, saiu num escanteio, com o zagueiro Paulão). Convenhamos, é muito pouco.
Em outras palavras, o repertório do Inter na fase ofensiva foi limitadíssimo. Como me parece ser seu treinador: limitadíssimo. Parece-me que não dá para esperar de Argel muito além disso. Um time bastante físico, com atletas altos e fortes, que marca muito e sai no contra ataque (isso quando tem peças em campo para contra atacar, senão o repertório fica mais limitado, restrito à bola aérea e às jogadas individuais fortuitas, que sempre podem ocorrer e decidir uma partida). De fato, faltam boas ideias de jogo para Argel, e sua equipe é um reflexo disso dentro das quatro linhas. No Atlético, em contrapartida, as ideias de jogo são inteligentes, definidas e assimiladas. Reflexo de Levir.
domingo, outubro 04, 2015
Bayern atropela Dortmund
Na prática, um 3-3-4. Com a bola, foi assim que o Bayern de Guardiola se posicionou, diante do Borussia Dortmund, neste domingo, na Allianz Arena, pela 8ª rodada da Bundesliga: num 3-3-4. Com a posse, o lateral-direito Lahm ocupava o corredor central, para evitar a inferioridade numérica no setor, ao lado de Thiago (Alonso cabeça de área), de modo que Müller se somava a Lewandowski no ataque, e Götze e Douglas Costa davam amplitude, colados às linhas laterais (a linha de fundo era deles). Na defesa, Alaba, Boateng e Javi Martínez marcavam Aubameyang e Mkhitaryan.
No 4-4-2 em losango do treinador Thomas Tuchel, Aubameyang e Mkhitaryan atuaram abertos (Reus começou no banco e entrou no segundo tempo), com Kagawa enganche (vs Alonso), o jovem Weigl à frente da zaga, Gündogan na maior parte do tempo duelando com Thiago, e Sokratis na lateral direita, para marcar o já conhecido Douglas Costa. Como era de se esperar, fora de casa, a estratégia do BVB estava voltada ao contra ataque. No entanto, o contra golpe amarelo não pintou e bordou, como de costume, pois do outro lado havia uma equipe que sabe e soube neutralizar o adversário. E que conta com um grande goleiro (Neuer fez umas duas ou três defesas difíceis).
A superioridade do Bayern ficou refletida no placar final: 5 a 1. Müller fez dois, Lewandowski fez dois e Götze um; Aubameyang fez o de honra do Dortmund. Um massacre. Mais um na temporada 2015/16, imposto pelo time mais bem treinado da atualidade. Em seu terceiro ano no clube alemão, mais do que nunca, Guardiola tem a equipe nas mãos. Mais do que nunca os jogadores têm assimiladas suas ideias de jogo, seus conceitos. Sem abrir mão de sua filosofia, mas sempre agregando variações ao repertório (dois gols contra o Dortmund nasceram de passes longos de Boateng, por exemplo), Pep vai conduzindo o Bayern a outra temporada espetacular, suportado pela fase iluminada de jogadores como Lewandowski, Thiago, Douglas Costa e etc. Sem dúvida, é o time a ser batido na Europa.
No 4-4-2 em losango do treinador Thomas Tuchel, Aubameyang e Mkhitaryan atuaram abertos (Reus começou no banco e entrou no segundo tempo), com Kagawa enganche (vs Alonso), o jovem Weigl à frente da zaga, Gündogan na maior parte do tempo duelando com Thiago, e Sokratis na lateral direita, para marcar o já conhecido Douglas Costa. Como era de se esperar, fora de casa, a estratégia do BVB estava voltada ao contra ataque. No entanto, o contra golpe amarelo não pintou e bordou, como de costume, pois do outro lado havia uma equipe que sabe e soube neutralizar o adversário. E que conta com um grande goleiro (Neuer fez umas duas ou três defesas difíceis).
A superioridade do Bayern ficou refletida no placar final: 5 a 1. Müller fez dois, Lewandowski fez dois e Götze um; Aubameyang fez o de honra do Dortmund. Um massacre. Mais um na temporada 2015/16, imposto pelo time mais bem treinado da atualidade. Em seu terceiro ano no clube alemão, mais do que nunca, Guardiola tem a equipe nas mãos. Mais do que nunca os jogadores têm assimiladas suas ideias de jogo, seus conceitos. Sem abrir mão de sua filosofia, mas sempre agregando variações ao repertório (dois gols contra o Dortmund nasceram de passes longos de Boateng, por exemplo), Pep vai conduzindo o Bayern a outra temporada espetacular, suportado pela fase iluminada de jogadores como Lewandowski, Thiago, Douglas Costa e etc. Sem dúvida, é o time a ser batido na Europa.
quarta-feira, setembro 30, 2015
Por que o Bayern é o favorito
Quando a temporada passada acabou, empolgado, eu dizia: o favorito ao título da Champions League 2015/16 é o Barcelona do trio MSN. Fácil. Em especial, claro, por causa do trio MSN. “Com eles, o Barça sempre será o favorito”, eu dizia. Após ler Guardiola Confidencial, no entanto, me dei conta que não é bem assim. O buraco é mais embaixo. Após a conquista da tríplice coroa, o relaxamento é inevitável. E, convenhamos, Luis Enrique não parece ser o cara que irá colocar o Barcelona num patamar acima logo na temporada seguinte à conquista da tríplice coroa, né? Sem falar nas lesões que já rolaram (Messi, Iniesta) e nas que podem rolar.
Sem dúvida, entretanto, o relaxamento após uma temporada tão vitoriosa como a do Barcelona 2014/15, mais do que físico, é mental (sem falar numa possível estagnação tática). Soma-se a isso eventuais problemas físicos, e a probabilidade do bicampeonato torna-se compreensivelmente menor do que eu imaginava. O que não quer dizer que o Barcelona não possa engrenar na reta final da UCL e faturar o bi. Afinal, estamos falando de um time com Messi, Suárez e Neymar, os três atacantes que mais desequilibram individualmente no futebol mundial atual (no momento, Suárez e Lewandowski são os melhores centroavantes, os melhores noves).
Relaxamento à parte, outro fator que pesa contra o Barça e contra minha ideia precipitada de que com o trio MSN os culés seriam favoritos a tudo, mesmo após ter ganhado tudo, é o crescimento dos rivais. Em especial, o crescimento do Bayern de Guardiola. O PSG, agora com Di María, também vem mais forte. E o Real Madrid é sempre o Real Madrid. Porém, em especial, pesa o crescimento do Bayern de Guardiola. Pois estamos falando do time com o melhor treinador e o melhor elenco da competição (veja aqui o Top 10 elencos). Sem falar que este é o terceiro ano de Pep em Munique.
Ou seja, baseado numa premissa básica de evolução, o Bayern 2015/16, dentro de campo, é melhor que o 2014/15, que é melhor que o 2013/14. Dentro de campo. Se vai conquistar a UCL 2015/16, são outros quinhentos, já que no mata-mata tudo pode acontecer, qualquer um pode matar, qualquer um pode morrer. Uma bola na trave ou um pênalti mal marcado pode definir o destino. No entanto, justamente por ser o terceiro ano de Guardiola (o Messi dos treinadores – tem ele, e tem o resto), por estar com o elenco reforçado e com atletas em fase esplendorosa (Douglas Costa, Thiago, Lewandowski), aliado à inevitável ressaca da tríplice coroa do Barcelona, o Bayern surge como o time a ser batido na Champions League.
Sem dúvida, entretanto, o relaxamento após uma temporada tão vitoriosa como a do Barcelona 2014/15, mais do que físico, é mental (sem falar numa possível estagnação tática). Soma-se a isso eventuais problemas físicos, e a probabilidade do bicampeonato torna-se compreensivelmente menor do que eu imaginava. O que não quer dizer que o Barcelona não possa engrenar na reta final da UCL e faturar o bi. Afinal, estamos falando de um time com Messi, Suárez e Neymar, os três atacantes que mais desequilibram individualmente no futebol mundial atual (no momento, Suárez e Lewandowski são os melhores centroavantes, os melhores noves).
Relaxamento à parte, outro fator que pesa contra o Barça e contra minha ideia precipitada de que com o trio MSN os culés seriam favoritos a tudo, mesmo após ter ganhado tudo, é o crescimento dos rivais. Em especial, o crescimento do Bayern de Guardiola. O PSG, agora com Di María, também vem mais forte. E o Real Madrid é sempre o Real Madrid. Porém, em especial, pesa o crescimento do Bayern de Guardiola. Pois estamos falando do time com o melhor treinador e o melhor elenco da competição (veja aqui o Top 10 elencos). Sem falar que este é o terceiro ano de Pep em Munique.
Ou seja, baseado numa premissa básica de evolução, o Bayern 2015/16, dentro de campo, é melhor que o 2014/15, que é melhor que o 2013/14. Dentro de campo. Se vai conquistar a UCL 2015/16, são outros quinhentos, já que no mata-mata tudo pode acontecer, qualquer um pode matar, qualquer um pode morrer. Uma bola na trave ou um pênalti mal marcado pode definir o destino. No entanto, justamente por ser o terceiro ano de Guardiola (o Messi dos treinadores – tem ele, e tem o resto), por estar com o elenco reforçado e com atletas em fase esplendorosa (Douglas Costa, Thiago, Lewandowski), aliado à inevitável ressaca da tríplice coroa do Barcelona, o Bayern surge como o time a ser batido na Champions League.
quinta-feira, setembro 03, 2015
Top 10 elencos da Europa 2015/16
A discordância é livre.
1. Fußball-Club Bayern München
2. Real Madrid Club de Fútbol
3. Futbol Club Barcelona
4. Paris Saint-Germain Football Club
5. Manchester City Football Club
6. Chelsea Football Club
7. Manchester United Football Club
8. Juventus Football Club
9. Arsenal Football Club
10. Club Atlético de Madrid
PS: Os esquemas táticos das pranchetas acima, as ordens de titularidade e as distribuições dos jogadores naturalmente não devem estar 100% corretas. Sem falar em um ou outro atleta que possa ter ficado de fora.
1. Fußball-Club Bayern München
2. Real Madrid Club de Fútbol
3. Futbol Club Barcelona
4. Paris Saint-Germain Football Club
5. Manchester City Football Club
6. Chelsea Football Club
7. Manchester United Football Club
8. Juventus Football Club
9. Arsenal Football Club
10. Club Atlético de Madrid
PS: Os esquemas táticos das pranchetas acima, as ordens de titularidade e as distribuições dos jogadores naturalmente não devem estar 100% corretas. Sem falar em um ou outro atleta que possa ter ficado de fora.
sexta-feira, agosto 14, 2015
Brasil tem futebol de ponta
Guardiola deu a deixa. Disse que o Brasil vai voltar a triunfar quando voltar a jogar com pontas. Concordo. Você que me segue no Twitter, aliás, sabe que eu sempre fui contra, por exemplo, Oscar pela beirada (o próprio certamente também). Além de matar a faixa central, pois você tira dali seu melhor meia, você compromete o rendimento pelo flanco, já que Oscar está longe de ser um winger. (Sem falar na exposição do jogador.) Foi assim com Felipão na Copa do Mundo, e está sendo agora com Dunga. Ou seja, insiste-se no erro mesmo após o 7 a 1. Isso em nome: burrice.
Também sempre fui contra tirar Neymar da sua praia - a ponta esquerda - para deixá-lo "livre" no ataque para "decidir". Para ficar mais "próximo" da área, argumentam alguns. Foi assim com Felipão na Copa, e está sendo agora com Dunga. Respeito e compreendo quem é a favor dessa ideia, de deixar o craque do time "livre" para "decidir". Mas discordo com unhas e dentes. Desde sempre. Pois na minha cabeça está claro e evidente que Neymar é ponta, e ponto final. Sempre fui contra essa ideia, e serei ainda mais, depois desta declaração do melhor treinador do mundo. (Sem falar na carga emocional que se cria sobre o indivíduo quando o deixam "livre" para "decidir".)
Guardiola não disse explicitamente que jogaria com Neymar na ponta. Eu sei. Mas a conclusão que eu chego ao ler sua colocação é bastante simples: já que vou jogar com pontas do ramo, vou escolher os melhores. Logo, a ponta esquerda é de Neymar, e isso não se discute, pois trata-se do melhor ponta-esquerda da atualidade. Não só do Brasil, mas do mundo. Cristiano Ronaldo? Podemos discutir, mas não agora. O fato é que Neymar é um ponta-esquerda espetacular, mas que na Seleção precisa ser o faz-tudo com a bola, ao passo que as beiradas ficam com o meia Oscar ou o volante Fred, quando deveriam ficar com pontas de ofício, velozes e dribladores.
De qualquer forma, é bom ponderarmos um pequeno detalhe: Dunga não é treinador de futebol. Estar no cargo não faz dele um treinador. Se colocassem um cone para treinar a Seleção, por exemplo, e se ela ganhasse uns jogos (o que seria bem possível), você iria dizer que o cone é treinador? Iria dizer que o trabalho do cone é bom? Espero que não. Portanto, olho aberto na hora de engolir mentiras enlatadas que nos vendem por aí. Onde quero chegar com isso? O que quero dizer? Quero dizer que muitas de nossas discussões são, infelizmente, em vão. Enquanto Dunga for o "treinador" da Seleção, muitos de nossos debates serão em vão. Em relação aos pontas, honestamente, creio que ele sequer entendeu o que Guardiola quis dizer, por exemplo.
Também sempre fui contra tirar Neymar da sua praia - a ponta esquerda - para deixá-lo "livre" no ataque para "decidir". Para ficar mais "próximo" da área, argumentam alguns. Foi assim com Felipão na Copa, e está sendo agora com Dunga. Respeito e compreendo quem é a favor dessa ideia, de deixar o craque do time "livre" para "decidir". Mas discordo com unhas e dentes. Desde sempre. Pois na minha cabeça está claro e evidente que Neymar é ponta, e ponto final. Sempre fui contra essa ideia, e serei ainda mais, depois desta declaração do melhor treinador do mundo. (Sem falar na carga emocional que se cria sobre o indivíduo quando o deixam "livre" para "decidir".)
Guardiola não disse explicitamente que jogaria com Neymar na ponta. Eu sei. Mas a conclusão que eu chego ao ler sua colocação é bastante simples: já que vou jogar com pontas do ramo, vou escolher os melhores. Logo, a ponta esquerda é de Neymar, e isso não se discute, pois trata-se do melhor ponta-esquerda da atualidade. Não só do Brasil, mas do mundo. Cristiano Ronaldo? Podemos discutir, mas não agora. O fato é que Neymar é um ponta-esquerda espetacular, mas que na Seleção precisa ser o faz-tudo com a bola, ao passo que as beiradas ficam com o meia Oscar ou o volante Fred, quando deveriam ficar com pontas de ofício, velozes e dribladores.
De qualquer forma, é bom ponderarmos um pequeno detalhe: Dunga não é treinador de futebol. Estar no cargo não faz dele um treinador. Se colocassem um cone para treinar a Seleção, por exemplo, e se ela ganhasse uns jogos (o que seria bem possível), você iria dizer que o cone é treinador? Iria dizer que o trabalho do cone é bom? Espero que não. Portanto, olho aberto na hora de engolir mentiras enlatadas que nos vendem por aí. Onde quero chegar com isso? O que quero dizer? Quero dizer que muitas de nossas discussões são, infelizmente, em vão. Enquanto Dunga for o "treinador" da Seleção, muitos de nossos debates serão em vão. Em relação aos pontas, honestamente, creio que ele sequer entendeu o que Guardiola quis dizer, por exemplo.
quinta-feira, agosto 06, 2015
As possibilidades do PSG com Di María
A chegada de Di María coloca o PSG em outro patamar. Com o argentino no XI, a chance de sucesso na Champions League – o grande objetivo do clube – aumenta consideravelmente. Não estou dizendo que com ele o PSG passa a ser o grande favorito. Não é isso. Longe disso. Outros times estão na frente nessa fila, em especial o Barcelona de Messi, Suárez e Neymar – esse sim, o grande favorito. No entanto, com Di María, a equipe da França se torna mais equilibrada e, consequentemente, mais preparada para ir mais longe na UCL. Se irá ou não, são outros quinhentos.
Di María chega (contrato até 2019) para ocupar uma posição "carente" no elenco do Paris. Digo carente, mesmo que entre aspas, porque nas últimas duas temporadas a primeira opção para a ponta esquerda foi Cavani (Pastore a segunda e Lavezzi a terceira). Ou seja, o 4-1-4-1 de Blanc nunca teve um winger de ofício à esquerda – como teve à direita, por exemplo, com Lucas. Nas últimas duas temporadas, portanto, o treinador sempre "improvisou" na esquerda. Ninguém da posição, com característica de ponta, jogou por ali. (E ainda assim, foi bem na Champions.) Agora, com Di María, um dos melhores wingers do mundo (embora ele também renda pela faixa central), enfim o time não deve mais ter um centroavante puro-sangue como Cavani "sacrificado" na beirada do campo (o que, convenhamos, era um desperdício). Agora, com Di María, o time deve ter alguém do ramo pelo flanco. E, consequentemente, ficar mais equilibrado.
Inicialmente pensei nesse 4-4-2 em linha da prancheta acima. Bom. Na verdade, se sem Di María eu já o considerava o esquema tático ideal para acomodar Ibrahimovic e Cavani, agora, então, com Di María, nem se fala. Linha de quatro na defesa, Verratti e Matuidi por dentro, Lucas e Di María pelas beiradas, mais Ibrahimovic e Cavani no ataque. Um 4-4-2 muito bem balanceado, com dois wingers de elite (velocidade, drible, cruzamento), dois volantes complementares (um técnico, com visão de jogo e passe qualificado, e outro com poder de infiltração), e dois atacantes extremamente goleadores, que também sabem jogar longe da área (em especial Ibrahimovic). Na teoria, convenhamos, um espetáculo. Na prática, porém, talvez nem chegue a existir, uma vez que, ao que tudo indica, Zlatan (33 anos) deve sair. Se confirmada essa saída, não só Cavani será beneficiado, pois voltará a jogar como nove, mas também o PSG em si, o time em si, no sentido coletivo, pois ficará mais equilibrado, em todos os sentidos. Se assim for, o 4-4-2 em linha se tornará inadequado e improvável, e a tendência será/é a manutenção do 4-1-4-1.
Dessa forma, Cavani assume a posição que era de Ibrahimovic, e Di María a que era de Cavani, digamos assim, em relação à temporada passada. Sem dúvida alguma, um XI mais próximo do ponto de equilíbrio, com um camisa nove matador e dois pontas de verdade. Embora Lucas e Di María não sejam extremos goleadores (raros são), nesse esquema, com Cavani na referência, eles devem contribuir e muito para o time. Além da velocidade e dos dribles, ambos devem se destacar nos cruzamentos, uma vez que o destro deve atuar pela direita e o canhoto pela esquerda. Em outras palavras, Cavani tem tudo para fazer um caminhão de gols. Outro detalhe é a eficiência de Lucas e Di María na recomposição. O desempenho deles na fase defensiva é digno de nota (sem falar que, na fase ofensiva, eles são letais na transição).
E não é só o setor ofensivo que fica mais equilibrado nesse 4-1-4-1, com essas peças. O meio de campo também. Pois, se no 4-4-2 em linha cogitado por mim, por exemplo, a equipe tem em tese apenas dois homens no meio campo (Verratti e Matuidi), no 4-1-4-1 são três: Verratti e Matuidi nas meias – como foi na temporada passada, por sinal –, mais o cabeça de área. É uma questão numérica. Três mais que dois. A pergunta é: quem será o cabeça de área? Se Thiago Motta não sair, evidentemente deve ser ele. Caso contrário, Rabiot e Stambouli devem disputar essa vaga. Ou (esta opção é boa demais para ser verdade) Blanc pode optar por Verratti à frente da zaga, e Pastore e Matuidi nas meias. Convenhamos, no papel, uma senhora meiuca. Enfim. De qualquer forma, no fim das contas, são apenas especulações da minha parte. Agora nos resta esperar para ver o que o treinador realmente tem em mente.
PS: Antes de falar que Di María não deu certo no Manchester United, lembre-se de van Gaal, beleza?
Di María chega (contrato até 2019) para ocupar uma posição "carente" no elenco do Paris. Digo carente, mesmo que entre aspas, porque nas últimas duas temporadas a primeira opção para a ponta esquerda foi Cavani (Pastore a segunda e Lavezzi a terceira). Ou seja, o 4-1-4-1 de Blanc nunca teve um winger de ofício à esquerda – como teve à direita, por exemplo, com Lucas. Nas últimas duas temporadas, portanto, o treinador sempre "improvisou" na esquerda. Ninguém da posição, com característica de ponta, jogou por ali. (E ainda assim, foi bem na Champions.) Agora, com Di María, um dos melhores wingers do mundo (embora ele também renda pela faixa central), enfim o time não deve mais ter um centroavante puro-sangue como Cavani "sacrificado" na beirada do campo (o que, convenhamos, era um desperdício). Agora, com Di María, o time deve ter alguém do ramo pelo flanco. E, consequentemente, ficar mais equilibrado.
Inicialmente pensei nesse 4-4-2 em linha da prancheta acima. Bom. Na verdade, se sem Di María eu já o considerava o esquema tático ideal para acomodar Ibrahimovic e Cavani, agora, então, com Di María, nem se fala. Linha de quatro na defesa, Verratti e Matuidi por dentro, Lucas e Di María pelas beiradas, mais Ibrahimovic e Cavani no ataque. Um 4-4-2 muito bem balanceado, com dois wingers de elite (velocidade, drible, cruzamento), dois volantes complementares (um técnico, com visão de jogo e passe qualificado, e outro com poder de infiltração), e dois atacantes extremamente goleadores, que também sabem jogar longe da área (em especial Ibrahimovic). Na teoria, convenhamos, um espetáculo. Na prática, porém, talvez nem chegue a existir, uma vez que, ao que tudo indica, Zlatan (33 anos) deve sair. Se confirmada essa saída, não só Cavani será beneficiado, pois voltará a jogar como nove, mas também o PSG em si, o time em si, no sentido coletivo, pois ficará mais equilibrado, em todos os sentidos. Se assim for, o 4-4-2 em linha se tornará inadequado e improvável, e a tendência será/é a manutenção do 4-1-4-1.
Dessa forma, Cavani assume a posição que era de Ibrahimovic, e Di María a que era de Cavani, digamos assim, em relação à temporada passada. Sem dúvida alguma, um XI mais próximo do ponto de equilíbrio, com um camisa nove matador e dois pontas de verdade. Embora Lucas e Di María não sejam extremos goleadores (raros são), nesse esquema, com Cavani na referência, eles devem contribuir e muito para o time. Além da velocidade e dos dribles, ambos devem se destacar nos cruzamentos, uma vez que o destro deve atuar pela direita e o canhoto pela esquerda. Em outras palavras, Cavani tem tudo para fazer um caminhão de gols. Outro detalhe é a eficiência de Lucas e Di María na recomposição. O desempenho deles na fase defensiva é digno de nota (sem falar que, na fase ofensiva, eles são letais na transição).
E não é só o setor ofensivo que fica mais equilibrado nesse 4-1-4-1, com essas peças. O meio de campo também. Pois, se no 4-4-2 em linha cogitado por mim, por exemplo, a equipe tem em tese apenas dois homens no meio campo (Verratti e Matuidi), no 4-1-4-1 são três: Verratti e Matuidi nas meias – como foi na temporada passada, por sinal –, mais o cabeça de área. É uma questão numérica. Três mais que dois. A pergunta é: quem será o cabeça de área? Se Thiago Motta não sair, evidentemente deve ser ele. Caso contrário, Rabiot e Stambouli devem disputar essa vaga. Ou (esta opção é boa demais para ser verdade) Blanc pode optar por Verratti à frente da zaga, e Pastore e Matuidi nas meias. Convenhamos, no papel, uma senhora meiuca. Enfim. De qualquer forma, no fim das contas, são apenas especulações da minha parte. Agora nos resta esperar para ver o que o treinador realmente tem em mente.
PS: Antes de falar que Di María não deu certo no Manchester United, lembre-se de van Gaal, beleza?
quarta-feira, julho 22, 2015
O novo nove chega sob cornetadas
Desde sua estreia, em setembro de 2012, Christian Benteke marcou 42 gols na Premier League. Nessa lista, está atrás apenas de Robin van Persie (44), Luis Suárez (53) e Sergio Agüero (55). Convenhamos, uma marca e tanto para o centroavante belga. Estar atrás apenas desses três craques não é pouca coisa. Sem falar que eles eram/são mais experientes e jogaram/jogam em times melhores. Benteke fez o que fez com a camisa do tradicional porém modesto Aston Villa, cercado de atletas em tese não tão bons quanto os das equipes de Manchester, por exemplo. Portanto, trata-se de um feito e tanto, ele ter se destacado como se destacou. Afinal, estamos falando da principal liga (em todos os sentidos) de futebol do mundo. Logo, não é à toa que o Liverpool está pagando por ele € 46 milhões.
Primeiro ponto: o Liverpool precisava contratar um camisa 9. Ainda que com características um pouco distintas, esse camisa 9, na temporada passada, foi Sturridge. Ou melhor, era para ter sido, já que ele se machucou e ficou um tempo longe dos gramados (quando voltou, sem ter feito pré-temporada, não conseguiu repetir o futebol de 2013/14). E nesse tempo, enquanto Sturridge esteve fora, quem foi o centroavante do time? Sterling. Isso mesmo. Balotelli e Lambert não corresponderam e Rodgers jogou com Sterling “improvisado” na frente. No fim das contas, a temporada 2014/15 mostrou que o barato pode sair caro, e que o elenco carecia de um camisa 9 de peso. Carecia. Pois ele chegou.
A pergunta é: vale € 46 milhões? Veja bem. Não tenha dúvida de que o Villa foi bem na negociação (até por conhecer a necessidade do Liverpool). Dito isso, eu diria que vale. Por uma regra básica de economia: quem determina o preço é o mercado. Estamos em 2015. Hoje em dia “qualquer” transação gira em torno dos € 30 milhões (repare nas aspas do qualquer). Os números são outros. Os números subiram. Sempre sobem. E vão continuar subindo. Pode ter certeza de que, sei lá, em menos de dez anos transações acima dos € 100 milhões serão “comuns” (repare nas aspas). Portanto, hoje, em pleno 2015, € 46 milhões por um centroavante (artigo raro) de 24 anos, que já foi testado e aprovado na Premier League (e não no Brasileiro, Holandês ou Italiano), não se trata de nenhum absurdo. Não estou dizendo que é barato. Apenas estou afirmando que não é nenhuma loucura, como a maioria tem dito por aí (o ser humano e seu hábito de ouvir e repetir mentiras sem questioná-las). Aliás, o que mais se lê e ouve por aí são cornetadas (críticas sem fundamento). Se alguém te disser que foi um absurdo o preço pago pelo Liverpool, por favor, pergunte-o por quê. Peça-o para explicar por que ele acha isso. E se esse alguém for você, se você acha um absurdo o preço pago pelo Liverpool por Benteke, me diga por quê. Comente. Argumente. Só não me venha com "é caro" ou "não vale tudo isso" e ponto final, beleza?
Primeiro ponto: o Liverpool precisava contratar um camisa 9. Ainda que com características um pouco distintas, esse camisa 9, na temporada passada, foi Sturridge. Ou melhor, era para ter sido, já que ele se machucou e ficou um tempo longe dos gramados (quando voltou, sem ter feito pré-temporada, não conseguiu repetir o futebol de 2013/14). E nesse tempo, enquanto Sturridge esteve fora, quem foi o centroavante do time? Sterling. Isso mesmo. Balotelli e Lambert não corresponderam e Rodgers jogou com Sterling “improvisado” na frente. No fim das contas, a temporada 2014/15 mostrou que o barato pode sair caro, e que o elenco carecia de um camisa 9 de peso. Carecia. Pois ele chegou.
A pergunta é: vale € 46 milhões? Veja bem. Não tenha dúvida de que o Villa foi bem na negociação (até por conhecer a necessidade do Liverpool). Dito isso, eu diria que vale. Por uma regra básica de economia: quem determina o preço é o mercado. Estamos em 2015. Hoje em dia “qualquer” transação gira em torno dos € 30 milhões (repare nas aspas do qualquer). Os números são outros. Os números subiram. Sempre sobem. E vão continuar subindo. Pode ter certeza de que, sei lá, em menos de dez anos transações acima dos € 100 milhões serão “comuns” (repare nas aspas). Portanto, hoje, em pleno 2015, € 46 milhões por um centroavante (artigo raro) de 24 anos, que já foi testado e aprovado na Premier League (e não no Brasileiro, Holandês ou Italiano), não se trata de nenhum absurdo. Não estou dizendo que é barato. Apenas estou afirmando que não é nenhuma loucura, como a maioria tem dito por aí (o ser humano e seu hábito de ouvir e repetir mentiras sem questioná-las). Aliás, o que mais se lê e ouve por aí são cornetadas (críticas sem fundamento). Se alguém te disser que foi um absurdo o preço pago pelo Liverpool, por favor, pergunte-o por quê. Peça-o para explicar por que ele acha isso. E se esse alguém for você, se você acha um absurdo o preço pago pelo Liverpool por Benteke, me diga por quê. Comente. Argumente. Só não me venha com "é caro" ou "não vale tudo isso" e ponto final, beleza?
quinta-feira, julho 16, 2015
Possível Manchester United 2015/16
Van Gaal terminou a temporada passada jogando no 4-1-4-1. Foi nesse esquema tático que a equipe, enfim, engrenou. Com todos à disposição, Carrick era o cabeça de área, Herrera e Fellaini os meias, Mata e Young os pontas, e Rooney o centroavante (além de Valencia e Blind nas laterais, da dupla de zagueiros e de De Gea). Logo, me parece sensato imaginar que o 4-1-4-1 será a estrutura adotada na temporada 2015/16. Aliás, em função das chegadas de Schneiderlin e Schweinsteiger, mais do que sensato, me parece óbvio imaginar isso. Nesse caso, Carrick e Fellaini perdem espaço.
Morgan Schneiderlin chega para assumir a primeira posição do meio campo. O francês de 25 anos chega para agregar tanto sem a bola quanto com ela. Alto e forte, Schneiderlin consegue aliar poder de marcação à técnica como poucos no mundo (digamos que agora o United tem um Matic para chamar de seu). Já Schweinsteiger, dispensa comentários. Ou seja, titulares absolutos. Assim sendo, no 4-1-4-1, sobra uma vaga na meia cancha. Que, me parece, a julgar pelo futebol que jogou na segunda metade da temporada passada, pela idade e pelo potencial, será preenchida por Herrera. A importância de Fellaini na jogada aérea é inegável, eu sei. Mas, no fim das contas, para uma filosofia de posse e passe, para o bem do coletivo, Herrera se encaixa melhor.
Em relação às pontas, se Di María ficar, obviamente a melhor alternativa é com ele e Depay. Ambos são wingers natos, de altíssimo nível - nesse caso, pés trocados (canhoto na direita e destro na esquerda). Mas como Di María é reserva com van Gaal, é bem possível que ele seja negociado - a não ser que eles tenham se entendido. Se sim, o United terá dois dos melhores wingers do mundo em campo. Se não, terá Mata, que também é canhoto, e que foi titular na segunda metade da temporada passada, justamente por ali, à direita. Ou Young, que foi quem "colocou" Di María no banco, e que é mais da posição que Mata. É inferior tecnicamente, mas é winger de ofício; Mata, por ali, joga no "sacrifício" (embora jogue por ali há anos).
Em relação ao centroavante, acredito que seguirá sendo Rooney. Até pelos reforços que já chegaram, não faria sentido, pelo menos na minha cabeça, contratar um nove e deslocar Rooney para o meio campo ou para a ponta. A não ser que van Gaal pense em passar para o 4-4-2 em linha. Aí, tudo bem. Aí faria sentido (Di María/Mata, Schneiderlin, Schweinsteiger e Depay na linha de quatro, mais Rooney e o outro atacante). Porém, partindo do princípio de que o 4-1-4-1 será o esquema utilizado, se chegar um nove, será para ser o banco do camisa 10, creio eu. Um bom banco, diga-se, até porque seus reservas na última temporada foram van Persie e Falcao. Só isso.
As dúvidas, ao menos na minha cabeça, passam mais pelo gol e pela lateral direita. Se De Gea for mesmo para o Real Madrid, não tenho ideia de quem poderia chegar para vestir a camisa 1. E não tenho certeza se Darmian toma a vaga do Valencia assim, da noite para o dia. Enfim. No que diz respeito às peças propriamente ditas, o ponto fraco está na zaga. Não que Jones e Rojo (ou Smalling) sejam ruins. Não são. Mas que há uma distância entre eles e o resto do time, há. E contratando do jeito que está contratando nessa janela, é bem possível que um zagueiro acabe chegando. Seja como for, com um novo zagueiro ou não, com Di María ou não, com De Gea ou não, o fato é que o elenco do United 2015/16 já está mais qualificado que o 2014/15.
PS: Numeração não confirmada.
Morgan Schneiderlin chega para assumir a primeira posição do meio campo. O francês de 25 anos chega para agregar tanto sem a bola quanto com ela. Alto e forte, Schneiderlin consegue aliar poder de marcação à técnica como poucos no mundo (digamos que agora o United tem um Matic para chamar de seu). Já Schweinsteiger, dispensa comentários. Ou seja, titulares absolutos. Assim sendo, no 4-1-4-1, sobra uma vaga na meia cancha. Que, me parece, a julgar pelo futebol que jogou na segunda metade da temporada passada, pela idade e pelo potencial, será preenchida por Herrera. A importância de Fellaini na jogada aérea é inegável, eu sei. Mas, no fim das contas, para uma filosofia de posse e passe, para o bem do coletivo, Herrera se encaixa melhor.
Em relação às pontas, se Di María ficar, obviamente a melhor alternativa é com ele e Depay. Ambos são wingers natos, de altíssimo nível - nesse caso, pés trocados (canhoto na direita e destro na esquerda). Mas como Di María é reserva com van Gaal, é bem possível que ele seja negociado - a não ser que eles tenham se entendido. Se sim, o United terá dois dos melhores wingers do mundo em campo. Se não, terá Mata, que também é canhoto, e que foi titular na segunda metade da temporada passada, justamente por ali, à direita. Ou Young, que foi quem "colocou" Di María no banco, e que é mais da posição que Mata. É inferior tecnicamente, mas é winger de ofício; Mata, por ali, joga no "sacrifício" (embora jogue por ali há anos).
Em relação ao centroavante, acredito que seguirá sendo Rooney. Até pelos reforços que já chegaram, não faria sentido, pelo menos na minha cabeça, contratar um nove e deslocar Rooney para o meio campo ou para a ponta. A não ser que van Gaal pense em passar para o 4-4-2 em linha. Aí, tudo bem. Aí faria sentido (Di María/Mata, Schneiderlin, Schweinsteiger e Depay na linha de quatro, mais Rooney e o outro atacante). Porém, partindo do princípio de que o 4-1-4-1 será o esquema utilizado, se chegar um nove, será para ser o banco do camisa 10, creio eu. Um bom banco, diga-se, até porque seus reservas na última temporada foram van Persie e Falcao. Só isso.
As dúvidas, ao menos na minha cabeça, passam mais pelo gol e pela lateral direita. Se De Gea for mesmo para o Real Madrid, não tenho ideia de quem poderia chegar para vestir a camisa 1. E não tenho certeza se Darmian toma a vaga do Valencia assim, da noite para o dia. Enfim. No que diz respeito às peças propriamente ditas, o ponto fraco está na zaga. Não que Jones e Rojo (ou Smalling) sejam ruins. Não são. Mas que há uma distância entre eles e o resto do time, há. E contratando do jeito que está contratando nessa janela, é bem possível que um zagueiro acabe chegando. Seja como for, com um novo zagueiro ou não, com Di María ou não, com De Gea ou não, o fato é que o elenco do United 2015/16 já está mais qualificado que o 2014/15.
PS: Numeração não confirmada.
quarta-feira, julho 08, 2015
7 a 1 não foi pouco. Ficou de graça
"Ainda não é o suficiente." Quando perguntado sobre Dunga na Seleção, essas foram as palavras de Daniel Alves. Palavras sobre o atual "treinador" da Seleção. Uso aspas na palavra treinador porque Dunga não é treinador de futebol. Aliás, o que te leva a crer que Dunga é treinador de futebol? Baseado em que você acredita que Dunga é treinador de futebol? Pois caso você não saiba, a função do treinador vai muito, mas muito (mas muito mesmo) além de escolher o esquema tático, as peças e fazer as substituições na hora do jogo. O jogador joga o jogo e o treinador treina o time nos treinamentos. E é aí que o Brasil parou no tempo. É aí que os treinadores brasileiros estagnaram: nos treinamentos. A metodologia que vigora no "país do futebol" é ultrapassada. Pergunte ao jogador que sai daqui para jogar na Europa, e ele te dirá, se for sincero. Agora reflita: se no quesito treinamento os treinadores brasileiros são ultrapassados, imagine Dunga, que nem treinador é.
Pois é. 7 a 1 não foi pouco. Ficou de graça.
Mas voltando às palavras de Daniel Alves sobre Dunga. Elas foram ditas no Bola da Vez que foi ao ar na noite desta terça-feira, na ESPN Brasil. "Ainda não é o suficiente." Uma frase sincera e necessária (a sinceridade é uma das grandes virtudes do ser humano, mas poucos conseguem adquiri-la), entre tantas outras. Como, por exemplo, esta sobre o 7 a 1: "Taticamente a gente não tava preparado. Futebol é preparação." Se taticamente a Seleção não estava preparada, a responsabilidade é do treinador. A "culpa" (complicado usar essa palavra, mas já foi; com aspas) de Bernard, David Luiz e etc é insignificante perto da de Felipão. Da de Felipão e da de Parreira, diga-se, pois Parreira jogou merda no ventilador ao falar "já estamos com a mão na taça" antes da competição começar. Se o emocional da Seleção já estava fragilizado porque não havia uma filosofia de jogo inteligente bem definida e assimilda (isso mina a confiança), ele ficou ainda mais frágil com a declaração de Parreira, que botou mais peso sobre os ombros dos atletas (sem falar no fato de jogar em casa e sofrer com a pressão doentia feita pela imprensa e pela torcida no sentido da "obrigação" de conquistar o título).
Outro ponto interessante tocado por Daniel, que por sinal eu tenho levantado há bastante tempo nas redes sociais e aqui no blog, e você é prova disso, foi sobre a Neymar-dependência. Ele não usou esse termo, nem estas palavras, contudo deixou nítida sua insatisfação em relação ao modo como o coletivo é tratado na Seleção. O que vimos na Copa do Mundo 2014, por exemplo, foi o sacrifício do coletivo em pról do individual. Foi um time estruturado com duas linhas de quatro, com o melhor armador do elenco escalado na beirada, para o craque Neymar ficar livre, não precisar marcar lateral, e decidir quando a bola chegar. Uma estratégia dos anos 90 em pleno século XXI. E sabe o que é mais inacreditável e revoltante? Que Dunga repete a mesma receita um ano após o 7 a 1.
Pois é. Não foi pouco. Ficou de graça.
Enfim. Assista abaixo o Bola da Vez com Daniel Alves. Modéstia à parte, você que segue o @blogdocarlao no Twitter vai identificar nas ideias do ex-lateral da Seleção várias coisas que eu falo há meses, nesta relevante entrevista, conduzida por Dan Stulbach.
PS: Leia aqui e aqui dois posts publicados à época da Copa.
Pois é. 7 a 1 não foi pouco. Ficou de graça.
Mas voltando às palavras de Daniel Alves sobre Dunga. Elas foram ditas no Bola da Vez que foi ao ar na noite desta terça-feira, na ESPN Brasil. "Ainda não é o suficiente." Uma frase sincera e necessária (a sinceridade é uma das grandes virtudes do ser humano, mas poucos conseguem adquiri-la), entre tantas outras. Como, por exemplo, esta sobre o 7 a 1: "Taticamente a gente não tava preparado. Futebol é preparação." Se taticamente a Seleção não estava preparada, a responsabilidade é do treinador. A "culpa" (complicado usar essa palavra, mas já foi; com aspas) de Bernard, David Luiz e etc é insignificante perto da de Felipão. Da de Felipão e da de Parreira, diga-se, pois Parreira jogou merda no ventilador ao falar "já estamos com a mão na taça" antes da competição começar. Se o emocional da Seleção já estava fragilizado porque não havia uma filosofia de jogo inteligente bem definida e assimilda (isso mina a confiança), ele ficou ainda mais frágil com a declaração de Parreira, que botou mais peso sobre os ombros dos atletas (sem falar no fato de jogar em casa e sofrer com a pressão doentia feita pela imprensa e pela torcida no sentido da "obrigação" de conquistar o título).
Outro ponto interessante tocado por Daniel, que por sinal eu tenho levantado há bastante tempo nas redes sociais e aqui no blog, e você é prova disso, foi sobre a Neymar-dependência. Ele não usou esse termo, nem estas palavras, contudo deixou nítida sua insatisfação em relação ao modo como o coletivo é tratado na Seleção. O que vimos na Copa do Mundo 2014, por exemplo, foi o sacrifício do coletivo em pról do individual. Foi um time estruturado com duas linhas de quatro, com o melhor armador do elenco escalado na beirada, para o craque Neymar ficar livre, não precisar marcar lateral, e decidir quando a bola chegar. Uma estratégia dos anos 90 em pleno século XXI. E sabe o que é mais inacreditável e revoltante? Que Dunga repete a mesma receita um ano após o 7 a 1.
Pois é. Não foi pouco. Ficou de graça.
Enfim. Assista abaixo o Bola da Vez com Daniel Alves. Modéstia à parte, você que segue o @blogdocarlao no Twitter vai identificar nas ideias do ex-lateral da Seleção várias coisas que eu falo há meses, nesta relevante entrevista, conduzida por Dan Stulbach.
PS: Leia aqui e aqui dois posts publicados à época da Copa.
segunda-feira, junho 29, 2015
A árdua tarefa do Liverpool
A realidade é outra. Com o recente crescimento (financeiro) de Chelsea e Manchester City, o Liverpool perdeu a cadeira cativa na maior competição de clubes do planeta. De uns anos para cá, a verdade é que os Reds ficam mais fora da Champions League do que dentro. E isso tem reflexo direto na janela de transferências. Grana à parte, na hora do atleta decidir entre o clube A ou B, se o A estiver na UCL e o B não, a chance do A ser o escolhido aumenta consideravelmente.
Sem dúvida que a Premier League é um atrativo e tanto para quem vem de outro país jogar no Liverpool. Sem falar na tradição e etc. Mas ficar de fora da Liga dos Campeões é frustrante para os jogadores do mais alto escalão. E a tendência é que o time fique mais fora do que dentro da UCL pelos próximos anos. Portanto é natural que em certas ocasiões o Liverpool seja o clube B e não o A. Isso sem falar na grana, já que um jogador de altíssimo nível, do alto escalão, custaria uns, sei lá, € 60 milhões (fora o salário). Ou seja, para voltar a ser um clube de Champions League, digamos assim, o Liverpool terá de batalhar sem o dinheiro e sem os craques extraclasse de outras equipes. É possível? É. Mas não existem garantias de que sim. Nem de que não.
Pontos corridos é elenco. Não adianta. Em regra acabam no topo da tabela os clubes com os melhores elencos, os elencos mais fartos em quantidade e qualidade, os melhores distribuídos, de preferência com dois jogadores por posição, sem carências pontuais, que podem ser fatais. É assim em todos os campeonatos de pontos corridos e na Premier League não é diferente. E por uma questão financeira, em regra, Man City, Man United, Chelsea e, vá lá, Arsenal, possuem elencos superiores ao do Liverpool. Logo, em regra, City, United, Chelsea e Arsenal são/serão os ingleses na Champions League, uma vez que as vagas inglesas na UCL vêm do G4 da PL. Apesar disso tudo, no entanto, pode ser que o Liverpool vire a exceção e comece a terminar no G4 com mais frequência. Como? Com inteligência e continuidade.
Continuidade no sentido de dar tempo ao treinador. (Nesse ponto os caras que mandam no Liverpool foram bem, ao manter Brendan Rodgers. Tê-lo demitido seria um erro.) E inteligência no sentido da montagem do elenco. No sentido de aproveitar as oportunidades que o mercado oferece e reforçar o plantel de acordo com as carências identificadas, sempre colocando o custo-benefício na ponta do lápis. Claro. Nenhuma contratação tem garantia, vide a última janela de verão do próprio Liverpool, com Balotelli principalmente, mas também Lovren e Markovic, pelos valores pagos por eles. Ainda assim, aos poucos, entra janela, sai janela, o elenco vermelho vai sendo melhorado. Já está evidente que o 2015/16, por exemplo, é bem superior ao 2014/15. Mais completo. Pelo menos no papel. Agora vamos ver se no campo, na prática, os jogadores, sob o comando de Rodgers, conseguem deixar o Liverpool mais dentro do que fora da Champions League (sem falar na possibilidade de título da Premier League). Mas sabemos que a tarefa não é fácil, pois se o elenco do Liverpool melhora, o do City, do United, do Chelsea e do Arsenal (e do Tottenham) também melhoram.
Sem dúvida que a Premier League é um atrativo e tanto para quem vem de outro país jogar no Liverpool. Sem falar na tradição e etc. Mas ficar de fora da Liga dos Campeões é frustrante para os jogadores do mais alto escalão. E a tendência é que o time fique mais fora do que dentro da UCL pelos próximos anos. Portanto é natural que em certas ocasiões o Liverpool seja o clube B e não o A. Isso sem falar na grana, já que um jogador de altíssimo nível, do alto escalão, custaria uns, sei lá, € 60 milhões (fora o salário). Ou seja, para voltar a ser um clube de Champions League, digamos assim, o Liverpool terá de batalhar sem o dinheiro e sem os craques extraclasse de outras equipes. É possível? É. Mas não existem garantias de que sim. Nem de que não.
Pontos corridos é elenco. Não adianta. Em regra acabam no topo da tabela os clubes com os melhores elencos, os elencos mais fartos em quantidade e qualidade, os melhores distribuídos, de preferência com dois jogadores por posição, sem carências pontuais, que podem ser fatais. É assim em todos os campeonatos de pontos corridos e na Premier League não é diferente. E por uma questão financeira, em regra, Man City, Man United, Chelsea e, vá lá, Arsenal, possuem elencos superiores ao do Liverpool. Logo, em regra, City, United, Chelsea e Arsenal são/serão os ingleses na Champions League, uma vez que as vagas inglesas na UCL vêm do G4 da PL. Apesar disso tudo, no entanto, pode ser que o Liverpool vire a exceção e comece a terminar no G4 com mais frequência. Como? Com inteligência e continuidade.
Continuidade no sentido de dar tempo ao treinador. (Nesse ponto os caras que mandam no Liverpool foram bem, ao manter Brendan Rodgers. Tê-lo demitido seria um erro.) E inteligência no sentido da montagem do elenco. No sentido de aproveitar as oportunidades que o mercado oferece e reforçar o plantel de acordo com as carências identificadas, sempre colocando o custo-benefício na ponta do lápis. Claro. Nenhuma contratação tem garantia, vide a última janela de verão do próprio Liverpool, com Balotelli principalmente, mas também Lovren e Markovic, pelos valores pagos por eles. Ainda assim, aos poucos, entra janela, sai janela, o elenco vermelho vai sendo melhorado. Já está evidente que o 2015/16, por exemplo, é bem superior ao 2014/15. Mais completo. Pelo menos no papel. Agora vamos ver se no campo, na prática, os jogadores, sob o comando de Rodgers, conseguem deixar o Liverpool mais dentro do que fora da Champions League (sem falar na possibilidade de título da Premier League). Mas sabemos que a tarefa não é fácil, pois se o elenco do Liverpool melhora, o do City, do United, do Chelsea e do Arsenal (e do Tottenham) também melhoram.
segunda-feira, junho 22, 2015
Um "treinador" dos anos 90 em 2015
O problema da Seleção não está nas suas peças, nem na sua estrutura tática. O problema está no seu (mau) funcionamento. E seu treinador tem tudo a ver com isso. Tudo bem que a safra de jogadores não é a melhor dos últimos tempos, porém ela não é ruim, como muitos pensam e afirmam sem receio e responsabilidade. Não existem três ou quatro craques no mesmo XI como em outros carnavais, é verdade. Contudo o nível da maioria dos atletas é alto – embora a crise da camisa 9 seja inegável.
Sem dúvida falta um centroavante à altura. O cara para assumir a referência do ataque da Seleção, hoje não existe – e nem deve existir pelos próximos três, quatro anos. E isso é preocupante, pois esse papo de que não se joga mais com centroavante nos dias de hoje é pura balela, alimentada pelo medo e pela ignorância (Suárez, Lewandowski, Cavani, Diego Costa, Ibrahimovic, Kane e outros mandam um abraço – embora Cavani jogue na ponta esquerda do PSG). Talvez outra posição que também não esteja bem servida seja a de goleiro (Diego Alves à parte, diria que nenhum goleiro brasileiro se destaca na Europa). Mas, ponderado isso, de resto, o elenco é bom, sim, senhor!
Quem tem um Thiago Silva e um Miranda na zaga, por exemplo? (Sem falar em David Luiz, que pode jogar como cabeça de área, e Marquinhos, como lateral.) Danilo, agora no Real Madrid, tem tudo para se firmar na lateral direita (Mayke pode ser seu reserva). Já na esquerda, Marcelo ainda tem muita lenha para queimar (Filipe Luis pode ser seu reserva). No meio campo, Luiz Gustavo é absoluto. É o Matic brasileiro (calma, a comparação não é das melhores, mas eu sei que você entendeu). Casemiro, agora de volta ao Real Madrid, deve figurar na lista das Eliminatórias com frequência. Tem também Fernandinho (sem falar em Lucas Silva, Hernanes, Ramires). Outros nomes como Oscar, Coutinho, Lucas Moura e Willian também são animadores. Não são do nível de Kaká ou Ronaldinho, eu sei, mas, convenhamos, são ótimas alternativas (Coutinho em especial). Enfim. Opções para formar um bom plantel, o Brasil tem. O problema é fazê-las render dentro de campo.
Por que o time não rende dentro de campo o que poderia render? Bueno. Primeiramente é preciso fazer uma ressalva, curta e grossa: Dunga não é treinador de futebol. Dito isso, o time não rende dentro de campo porque é treinado por uma pessoa com conceitos de futebol ultrapassados. Exemplo: seus volantes são praticamente nulos na fase ofensiva. Quando o time está com a bola, o papel da dupla de volantes se restringe a proteger a zaga e a cobrir as subidas dos laterais. Só aí ele prende duas peças (seus cães de guarda), independente da qualidade técnica e do que eles podem oferecer à equipe, para que os laterais subam e para que o craque decida lá na frente. Ou seja, sacrifica o coletivo e a faixa central – logo a faixa entral – em busca do resultado feio e fácil, digamos assim (em busca do resultado acima de tudo, aliás). Quer coisa mais anos 90 do que isso? Em pleno 2015, quando está mais do que provada a importância dos volantes na fase ofensiva (e a Alemanha mostrou isso no 7 a 1, cacete!), Dunga segue agarrado às ideias da década do tetra.
Sem dúvida falta um centroavante à altura. O cara para assumir a referência do ataque da Seleção, hoje não existe – e nem deve existir pelos próximos três, quatro anos. E isso é preocupante, pois esse papo de que não se joga mais com centroavante nos dias de hoje é pura balela, alimentada pelo medo e pela ignorância (Suárez, Lewandowski, Cavani, Diego Costa, Ibrahimovic, Kane e outros mandam um abraço – embora Cavani jogue na ponta esquerda do PSG). Talvez outra posição que também não esteja bem servida seja a de goleiro (Diego Alves à parte, diria que nenhum goleiro brasileiro se destaca na Europa). Mas, ponderado isso, de resto, o elenco é bom, sim, senhor!
Quem tem um Thiago Silva e um Miranda na zaga, por exemplo? (Sem falar em David Luiz, que pode jogar como cabeça de área, e Marquinhos, como lateral.) Danilo, agora no Real Madrid, tem tudo para se firmar na lateral direita (Mayke pode ser seu reserva). Já na esquerda, Marcelo ainda tem muita lenha para queimar (Filipe Luis pode ser seu reserva). No meio campo, Luiz Gustavo é absoluto. É o Matic brasileiro (calma, a comparação não é das melhores, mas eu sei que você entendeu). Casemiro, agora de volta ao Real Madrid, deve figurar na lista das Eliminatórias com frequência. Tem também Fernandinho (sem falar em Lucas Silva, Hernanes, Ramires). Outros nomes como Oscar, Coutinho, Lucas Moura e Willian também são animadores. Não são do nível de Kaká ou Ronaldinho, eu sei, mas, convenhamos, são ótimas alternativas (Coutinho em especial). Enfim. Opções para formar um bom plantel, o Brasil tem. O problema é fazê-las render dentro de campo.
Por que o time não rende dentro de campo o que poderia render? Bueno. Primeiramente é preciso fazer uma ressalva, curta e grossa: Dunga não é treinador de futebol. Dito isso, o time não rende dentro de campo porque é treinado por uma pessoa com conceitos de futebol ultrapassados. Exemplo: seus volantes são praticamente nulos na fase ofensiva. Quando o time está com a bola, o papel da dupla de volantes se restringe a proteger a zaga e a cobrir as subidas dos laterais. Só aí ele prende duas peças (seus cães de guarda), independente da qualidade técnica e do que eles podem oferecer à equipe, para que os laterais subam e para que o craque decida lá na frente. Ou seja, sacrifica o coletivo e a faixa central – logo a faixa entral – em busca do resultado feio e fácil, digamos assim (em busca do resultado acima de tudo, aliás). Quer coisa mais anos 90 do que isso? Em pleno 2015, quando está mais do que provada a importância dos volantes na fase ofensiva (e a Alemanha mostrou isso no 7 a 1, cacete!), Dunga segue agarrado às ideias da década do tetra.
quinta-feira, junho 18, 2015
Os 20 melhores da temporada 2014/15
1. Lionel Messi (27 anos)
2. Neymar Jr. (23 anos)
3. Cristiano Ronaldo (30 anos)
4. Luis Suárez (28 anos)
5. Carlos Tevez (31 anos)
6. Eden Hazard (24 anos)
7. Paul Pogba (22 anos)
8. Sergio Agüero (27 anos)
9. Marco Verratti (22 anos)
10. Diego Costa (26 anos)
11. Antoine Griezmann (24 anos)
12. James Rodríguez (23 anos)
13. Harry Kane (21 anos)
14. Kevin De Bruyne (23 anos)
15. Manuel Neuer (29 anos)
16. Arjen Robben (31 anos)
17. Ivan Rakitic (27 anos)
18. Memphis Depay (21 anos)
19. Alexandre Lacazette (24 anos)
20. Nicolas Otamendi (27 anos)
A discordância é bem-vinda.
2. Neymar Jr. (23 anos)
3. Cristiano Ronaldo (30 anos)
4. Luis Suárez (28 anos)
5. Carlos Tevez (31 anos)
6. Eden Hazard (24 anos)
7. Paul Pogba (22 anos)
8. Sergio Agüero (27 anos)
9. Marco Verratti (22 anos)
10. Diego Costa (26 anos)
11. Antoine Griezmann (24 anos)
12. James Rodríguez (23 anos)
13. Harry Kane (21 anos)
14. Kevin De Bruyne (23 anos)
15. Manuel Neuer (29 anos)
16. Arjen Robben (31 anos)
17. Ivan Rakitic (27 anos)
18. Memphis Depay (21 anos)
19. Alexandre Lacazette (24 anos)
20. Nicolas Otamendi (27 anos)
A discordância é bem-vinda.
segunda-feira, junho 15, 2015
domingo, junho 14, 2015
Dunga reforça a Neymar-dependência
Dunga aparentemente repete Felipão. Engessa o time coletivamente para que o talento possa decidir. Opta por um esquema tático e uma distribuição de peças que privilegiam o craque do time, para que ele fique "livre" e possa resolver. Em outras palavras, sacrifica o coletivo em nome do individual. A pergunta é: o sacrifício vale a pena?
Particularmente, creio que não. (Bati bastante nesta tecla durante a Copa do Mundo, aliás, e pelo visto vou continuar a bater nessa segunda era Dunga.) Creio que não porque, acima de tudo, como a própria Alemanha mostrou ao mundo naquela goleada histórica, o futebol é um esporte coletivo. Sem dúvida o talento individual merece ser valorizado. Porém o talento individual não se sustenta sem um coletivo muito bem estruturado. E isso significa, entre outras coisas, que certas peças, as que mais podem contribuir nesse sentido, não podem ser limitadas a funções burocráticas, para que, no fim das contas, o craque decida. No fim das contas, no caso da Seleção, essa medida apenas reforça a chamada Neymar-dependência.
Há quem pense que esse sacrifício vale a pena. Há quem diga que o craque do time tem mesmo que ficar "livre", que jamais pode correr atrás de lateral, por exemplo, para estar inteiro fisicamente e poder decidir quando a bola chegar. Eu discordo. Acho um pensamento retrógrado. Pois, mais do que nunca (e o 7 a 1 mostrou isto, embora muitas pessoas no Brasil ainda não tenham compreendido), o futebol é jogado coletivamente. "Todos" atacam e "todos" defendem. As tarefas são bem divididas. Portanto, a exemplo do que fez Felipão na Copa com Oscar, quando Dunga opta por colocar o cara mais pensador da equipe (Coutinho) na beirada, para "marcar lateral", para que Neymar resolva, ele mata o meio campo (o setor mais importante do jogo) e revela que está na contramão do dito futebol moderno.
PS: Eu sei que Coutinho sentiu e não enfrentou o Peru, neste domingo. Foi apenas um exemplo. Mas é provável que, na próxima partida, o 4-4-2 em linha seja mantido, e que Willian e Coutinho ocupem as beiradas (Firmino e Neymar no ataque, além da dupla de volantes). Aí sim, nesse caso, estarei apenas me antecipando. Caso contrário, retiro o que escrevi em relação a ele.
Particularmente, creio que não. (Bati bastante nesta tecla durante a Copa do Mundo, aliás, e pelo visto vou continuar a bater nessa segunda era Dunga.) Creio que não porque, acima de tudo, como a própria Alemanha mostrou ao mundo naquela goleada histórica, o futebol é um esporte coletivo. Sem dúvida o talento individual merece ser valorizado. Porém o talento individual não se sustenta sem um coletivo muito bem estruturado. E isso significa, entre outras coisas, que certas peças, as que mais podem contribuir nesse sentido, não podem ser limitadas a funções burocráticas, para que, no fim das contas, o craque decida. No fim das contas, no caso da Seleção, essa medida apenas reforça a chamada Neymar-dependência.
Há quem pense que esse sacrifício vale a pena. Há quem diga que o craque do time tem mesmo que ficar "livre", que jamais pode correr atrás de lateral, por exemplo, para estar inteiro fisicamente e poder decidir quando a bola chegar. Eu discordo. Acho um pensamento retrógrado. Pois, mais do que nunca (e o 7 a 1 mostrou isto, embora muitas pessoas no Brasil ainda não tenham compreendido), o futebol é jogado coletivamente. "Todos" atacam e "todos" defendem. As tarefas são bem divididas. Portanto, a exemplo do que fez Felipão na Copa com Oscar, quando Dunga opta por colocar o cara mais pensador da equipe (Coutinho) na beirada, para "marcar lateral", para que Neymar resolva, ele mata o meio campo (o setor mais importante do jogo) e revela que está na contramão do dito futebol moderno.
PS: Eu sei que Coutinho sentiu e não enfrentou o Peru, neste domingo. Foi apenas um exemplo. Mas é provável que, na próxima partida, o 4-4-2 em linha seja mantido, e que Willian e Coutinho ocupem as beiradas (Firmino e Neymar no ataque, além da dupla de volantes). Aí sim, nesse caso, estarei apenas me antecipando. Caso contrário, retiro o que escrevi em relação a ele.
sexta-feira, junho 12, 2015
Uma grande briga de foice no escuro
"No mínimo vinte jogos." Foi o que disse Juan Carlos Osorio, sobre o tempo adequado para se avaliar o trabalho de um treinador. No mínimo vinte jogos.
Imagino que esse número cause espanto, já que treinador no Brasil fica, em média, cerca de quinze jogos no cargo. Isso mesmo. O treinador no Brasil fica em média apenas quinze jogos no cargo. É sério. Veja aqui e se envergonhe. Ou seja, pela lógica do respeitado Osorio – com a qual eu concordo e levanto bandeira há anos, por sinal –, a maioria dos treinadores no Brasil é demitida antes mesmo de poder ter seu trabalho avaliado com um mínimo de justiça. Em outras palavras, a cabeça acaba rolando antes mesmo de o treinador ter a oportunidade de se defender, digamos assim. Logo, o que acontece é uma covardia. E todos nós temos parcela nisso. Nós torcedores, nós jornalistas, nós dirigentes.
Já escrevi sobre isto aqui no blog, inclusive. Essa média, constrangedora, é tão baixa (de longe a mais baixa entre as principais ligas do mundo) porque nossos cartolas não entendem nada de futebol, porque não entendem nada de campo e bola. E essa falta de conhecimento (teórico mesmo) resulta na falta de convicção, que por sua vez resulta em decisões equivocadas. A mais comum delas? A demissão precoce do treinador – um hábito extremamente prejudicial ao futebol jogado dentro de campo, no frigir dos ovos. Em muitos dos casos, com menos de três meses de trabalho. Ou até dois. Ou um. Não duvide. Eles se superam.
E por que isso acontece? Por que essas decisões equivocadas são tomadas ano após ano, rodada após rodada, desde que nos entendemos por gente? Por que o Brasil lidera de longe esse embaraçoso porém revelador ranking de país que mais demite treinador? Porque nossos dirigentes dão ouvidos às cornetas sopradas pela imprensa e, consequentemente, pela torcida. Quando o time não consegue o resultado imediato positivo, a corneta, na maioria das vezes sem fundamento, começa na imprensa, se espalha pela torcida, ecoa pelos corredores do clube, e o dirigente acaba caindo no canto da sereia.
Se entendesse minimamente de futebol, o presidente do clube seria convicto e simplesmente ignoraria as cornetadas da imprensa e da torcida. Largaria um "conversem com minha mão" e ponto final. Mas como não entende e não tem convicção, cede à pressão externa. O problema é que grande parte da imprensa esportiva brasileira também não entende nada de futebol. Boa parte também não tem conhecimento (teórico mesmo) de campo e bola. O torcedor, coitado, nem se fala, tem menos ainda, ao ponto de embarcar na onda da imprensa sem sequer questioná-la. Enfim. No fim das contas, o cartola opta por demitir o treinador com menos de três, dois meses de trabalho, porque leva a sério análises de pessoas que não entendem de futebol. E isso ajuda a explicar por que o futebol brasileiro é uma grande briga de foice no escuro. E por que a frase de Osorio pode ter causado espanto em muita gente. "Como assim vinte jogos no mínimo?! Perdeu três, tá fora! Não adianta! É cultural!"
Pois é. Sete a um não foi pouco. Ficou de graça.
Imagino que esse número cause espanto, já que treinador no Brasil fica, em média, cerca de quinze jogos no cargo. Isso mesmo. O treinador no Brasil fica em média apenas quinze jogos no cargo. É sério. Veja aqui e se envergonhe. Ou seja, pela lógica do respeitado Osorio – com a qual eu concordo e levanto bandeira há anos, por sinal –, a maioria dos treinadores no Brasil é demitida antes mesmo de poder ter seu trabalho avaliado com um mínimo de justiça. Em outras palavras, a cabeça acaba rolando antes mesmo de o treinador ter a oportunidade de se defender, digamos assim. Logo, o que acontece é uma covardia. E todos nós temos parcela nisso. Nós torcedores, nós jornalistas, nós dirigentes.
Já escrevi sobre isto aqui no blog, inclusive. Essa média, constrangedora, é tão baixa (de longe a mais baixa entre as principais ligas do mundo) porque nossos cartolas não entendem nada de futebol, porque não entendem nada de campo e bola. E essa falta de conhecimento (teórico mesmo) resulta na falta de convicção, que por sua vez resulta em decisões equivocadas. A mais comum delas? A demissão precoce do treinador – um hábito extremamente prejudicial ao futebol jogado dentro de campo, no frigir dos ovos. Em muitos dos casos, com menos de três meses de trabalho. Ou até dois. Ou um. Não duvide. Eles se superam.
E por que isso acontece? Por que essas decisões equivocadas são tomadas ano após ano, rodada após rodada, desde que nos entendemos por gente? Por que o Brasil lidera de longe esse embaraçoso porém revelador ranking de país que mais demite treinador? Porque nossos dirigentes dão ouvidos às cornetas sopradas pela imprensa e, consequentemente, pela torcida. Quando o time não consegue o resultado imediato positivo, a corneta, na maioria das vezes sem fundamento, começa na imprensa, se espalha pela torcida, ecoa pelos corredores do clube, e o dirigente acaba caindo no canto da sereia.
Se entendesse minimamente de futebol, o presidente do clube seria convicto e simplesmente ignoraria as cornetadas da imprensa e da torcida. Largaria um "conversem com minha mão" e ponto final. Mas como não entende e não tem convicção, cede à pressão externa. O problema é que grande parte da imprensa esportiva brasileira também não entende nada de futebol. Boa parte também não tem conhecimento (teórico mesmo) de campo e bola. O torcedor, coitado, nem se fala, tem menos ainda, ao ponto de embarcar na onda da imprensa sem sequer questioná-la. Enfim. No fim das contas, o cartola opta por demitir o treinador com menos de três, dois meses de trabalho, porque leva a sério análises de pessoas que não entendem de futebol. E isso ajuda a explicar por que o futebol brasileiro é uma grande briga de foice no escuro. E por que a frase de Osorio pode ter causado espanto em muita gente. "Como assim vinte jogos no mínimo?! Perdeu três, tá fora! Não adianta! É cultural!"
Pois é. Sete a um não foi pouco. Ficou de graça.
domingo, junho 07, 2015
A primeira de muitas
Até onde o trio MSN pode levar o Barcelona? Na verdade, no quesito troféus, já levou ao topo, com a conquista da Tríplice Coroa (Champions League, La Liga e Copa do Rei). Portanto, no que diz respeito aos títulos, a pergunta é: por quanto tempo o trio MSN pode manter o Barcelona no topo? Porque nada além da Tríplice Coroa na próxima temporada será satisfatório – pergunte a Guardiola, que sofre com isso no Bayern até hoje. Já em relação ao campo e bola propriamente ditos, aí sim a pergunta cabe: até onde o MSN pode ir? Porque, lembre-se, 2014/15 foi apenas a primeira temporada dos três juntos, a segunda de Neymar no clube – sem falar que Suárez estreou somente em outubro, por causa da punição da FIFA, pela mordida em Chiellini. Por essas e outras, tudo me leva a crer que o desempenho deles será ainda melhor em 2015/16.
O que significa desempenho? Não necessariamente títulos. Pode ser que o Barcelona não conquiste a UCL, a Liga e a Copa do Rei na temporada que vem, e ainda assim o desempenho de Messi, Suárez e Neymar seja superior ao da temporada 2014/15 (gols, assistências, passes, dribles, entrosamento, etc). Por que acredito nisso? Primeiro porque sou otimista. E segundo porque estamos falando do melhor ponta-direita do mundo (diga-se, o único gênio em atividade no planeta), do melhor ponta-esquerda do mundo (futuro Bola de Ouro; diria que um dos três finalistas neste ano) e do melhor centroavante do mundo. Lembrando que Messi tem 27 anos, Neymar 23 e Suárez 28. Ou seja, o auge de Neymar ainda está lá na frente, enquanto Messi e Suárez o vivem hoje (ainda na ascendente). Logo, a tendência é que na próxima temporada o trio MSN renda ainda mais (e na próxima, e na próxima...).
Seja como for, o fato é que esse Barcelona, campeão da Copa do Rei, da Liga e da Champions League, será lembrado como o time de Messi, Suárez e Neymar. Será lembrado como o primeiro com os três juntos. Rakitic e Iniesta, os meias do 4-3-3, também serão lembrados, claro. Daniel Alves e Alba, os laterais da equipe, também serão lembrados. O cabeça de área Busquets também será lembrado. A exemplo dos zagueiros Mascherano e Piqué. Os goleiros Ter Stegen e Bravo, idem. Assim como Pedro, Rafinha, Mathieu e etc. Até Douglas será lembrado! Além do treinador Luis Enrique, claro. Mas sem dúvida alguma, a temporada 2014/15 entra para a história como a primeira que reuniu os três atacantes sul-americanos. A primeira repleta de grandes golaços, de lindas assistências, de dribles desmoralizantes e de troféus na prateleira. A primeira de muitas. Já que a tendência é o rendimento só aumentar – individual e coletivamente.
PS: Veja aqui os números e todos os gols do trio MSN.
O que significa desempenho? Não necessariamente títulos. Pode ser que o Barcelona não conquiste a UCL, a Liga e a Copa do Rei na temporada que vem, e ainda assim o desempenho de Messi, Suárez e Neymar seja superior ao da temporada 2014/15 (gols, assistências, passes, dribles, entrosamento, etc). Por que acredito nisso? Primeiro porque sou otimista. E segundo porque estamos falando do melhor ponta-direita do mundo (diga-se, o único gênio em atividade no planeta), do melhor ponta-esquerda do mundo (futuro Bola de Ouro; diria que um dos três finalistas neste ano) e do melhor centroavante do mundo. Lembrando que Messi tem 27 anos, Neymar 23 e Suárez 28. Ou seja, o auge de Neymar ainda está lá na frente, enquanto Messi e Suárez o vivem hoje (ainda na ascendente). Logo, a tendência é que na próxima temporada o trio MSN renda ainda mais (e na próxima, e na próxima...).
Seja como for, o fato é que esse Barcelona, campeão da Copa do Rei, da Liga e da Champions League, será lembrado como o time de Messi, Suárez e Neymar. Será lembrado como o primeiro com os três juntos. Rakitic e Iniesta, os meias do 4-3-3, também serão lembrados, claro. Daniel Alves e Alba, os laterais da equipe, também serão lembrados. O cabeça de área Busquets também será lembrado. A exemplo dos zagueiros Mascherano e Piqué. Os goleiros Ter Stegen e Bravo, idem. Assim como Pedro, Rafinha, Mathieu e etc. Até Douglas será lembrado! Além do treinador Luis Enrique, claro. Mas sem dúvida alguma, a temporada 2014/15 entra para a história como a primeira que reuniu os três atacantes sul-americanos. A primeira repleta de grandes golaços, de lindas assistências, de dribles desmoralizantes e de troféus na prateleira. A primeira de muitas. Já que a tendência é o rendimento só aumentar – individual e coletivamente.
PS: Veja aqui os números e todos os gols do trio MSN.
sábado, junho 06, 2015
O melhor ataque do mundo
Na primeira temporada com os três em campo, o Barcelona foi campeão da Champions League, da Liga Espanhola e da Copa do Rei. Só isso. Agora, que venha a temporada 2015/16! Mas antes, veja abaixo todos os 122 gols do trio em 2014/15.
Messi (27 anos): 58 gols (e 27 assistências) em 57 jogos.
Neymar (23 anos): 39 gols (e 8 assistências) em 51 jogos.
Suárez (28 anos): 25 gols (e 21 assistências) em 43 jogos.
Messi (27 anos): 58 gols (e 27 assistências) em 57 jogos.
Neymar (23 anos): 39 gols (e 8 assistências) em 51 jogos.
Suárez (28 anos): 25 gols (e 21 assistências) em 43 jogos.
quinta-feira, junho 04, 2015
Prévia da final da UCL 2014/15
Quando Messi passa pelo lateral-esquerdo adversário, a vítima seguinte numa linha de quatro geralmente é o zagueiro pela esquerda. São eles os primeiros a combater o melhor jogador do mundo, os primeiros a tentar parar o imparável ponta-direita, que entra em diagonal driblando a tudo e a todos e muitas vezes acaba com um gol ou uma assistência para a coleção. No caso da Juventus esses caras são Evra e Chiellini. Ou melhor, são Evra e Bonucci, já que este desfalque de peso foi confirmado nesta quinta-feira (pois é, não teremos Chiellini vs Suárez). E Barzagli deve entrar pela direita. Onde terá uma vida não tão menos difícil assim, diga-se de passagem, pois o mesmo raciocínio se aplica a Neymar (e Lichtsteiner). Isso sem falar em Suárez, né.
Ou seja, o Barcelona é o grande favorito – obviamente. Já era quando a Juventus contava com Chiellini, e agora virou ainda mais. Contra qualquer adversário, aliás, sejamos justos, o Barcelona é o grande favorito. Contra Real Madrid, Bayern, Chelsea, PSV, PSG e etc, esse Barcelona é o grande favorito. E contra a Juve não é diferente. Essa constatação, portanto, não se trata de um menosprezo à Velha Senhora, mas sim uma exaltação à equipe de Messi, Suárez e Neymar. A condição de favoritaço, no entanto, não dá ao Barcelona o direito de um eventual relaxamento mental, porque, mesmo sem Chiellini, o time treinado por Allegri pode sim frear o trio MSN e cia. E para isso a aplicação do sistema tático à perfeição será fundamental (além da sorte, afinal, trata-se de um jogo).
O 4-4-2 em losango da temporada 2014/15 deve dar lugar ao 4-4-2 em linha, um esquema que preenche melhor os espaços do campo defensivo – desde que seja bem executado, claro. No 4-4-2 em losango não existem wingers e, consequentemente, os corredores laterais são oferecidos ao adversário (se você desloca os carrileros para marcar as beiradas, abrem-se espaços no corredor central). E isso seria fatal contra um time como o Barcelona, que possui laterais apoiadores e pontas infernais. E, embora Pogba e Marchisio não sejam wingers de ofício, apesar de serem jogadores de faixa central e isso não se discute, são as melhores opções para fechar os flancos nesse esquema (vão acabar batendo de frente com Daniel e Alba). Esquema que, se for bem executado, com linhas próximas e sincronizadas, e uma estratégia bem assimilada, pode sim ser o caminho para frear o trio MSN. A questão é: vai? Bom. Aí vai depender do trio MSN. Pois se Messi, Suárez e/ou Neymar estiverem naqueles dias, impossível.
Seja como for, o panorama da partida parece evidente: Barcelona com a bola no pé e Juventus com o contra ataque na mente. Apesar de tanto um quanto o outro valorizarem a posse (não só o Barça, mas também a Juve), o fato é que só há uma bola e, até pela esperada postura da Juventus, ela deve ficar mais tempo com os culés. Isso com o placar empatado. Pois caso a equipe treinada por Luis Enrique o abra, esse panorama pode mudar, e quem pode passar a explorar o contra ataque é o Barcelona (e nesse quesito nenhum time no mundo é tão letal quanto o Barcelona de Messi, Suárez e Neymar). Agora, caso a Juventus abra o placar, o desenho do jogo deve ser mantido (posse azul e grená e contra golpe branco e preto). Enfim. Seja como for, o fato é que neste sábado tem a final da Champions League, baby! Às 15h45, horário de Brasília. E que vença quem jogar mais em Berlim!
Ou seja, o Barcelona é o grande favorito – obviamente. Já era quando a Juventus contava com Chiellini, e agora virou ainda mais. Contra qualquer adversário, aliás, sejamos justos, o Barcelona é o grande favorito. Contra Real Madrid, Bayern, Chelsea, PSV, PSG e etc, esse Barcelona é o grande favorito. E contra a Juve não é diferente. Essa constatação, portanto, não se trata de um menosprezo à Velha Senhora, mas sim uma exaltação à equipe de Messi, Suárez e Neymar. A condição de favoritaço, no entanto, não dá ao Barcelona o direito de um eventual relaxamento mental, porque, mesmo sem Chiellini, o time treinado por Allegri pode sim frear o trio MSN e cia. E para isso a aplicação do sistema tático à perfeição será fundamental (além da sorte, afinal, trata-se de um jogo).
O 4-4-2 em losango da temporada 2014/15 deve dar lugar ao 4-4-2 em linha, um esquema que preenche melhor os espaços do campo defensivo – desde que seja bem executado, claro. No 4-4-2 em losango não existem wingers e, consequentemente, os corredores laterais são oferecidos ao adversário (se você desloca os carrileros para marcar as beiradas, abrem-se espaços no corredor central). E isso seria fatal contra um time como o Barcelona, que possui laterais apoiadores e pontas infernais. E, embora Pogba e Marchisio não sejam wingers de ofício, apesar de serem jogadores de faixa central e isso não se discute, são as melhores opções para fechar os flancos nesse esquema (vão acabar batendo de frente com Daniel e Alba). Esquema que, se for bem executado, com linhas próximas e sincronizadas, e uma estratégia bem assimilada, pode sim ser o caminho para frear o trio MSN. A questão é: vai? Bom. Aí vai depender do trio MSN. Pois se Messi, Suárez e/ou Neymar estiverem naqueles dias, impossível.
Seja como for, o panorama da partida parece evidente: Barcelona com a bola no pé e Juventus com o contra ataque na mente. Apesar de tanto um quanto o outro valorizarem a posse (não só o Barça, mas também a Juve), o fato é que só há uma bola e, até pela esperada postura da Juventus, ela deve ficar mais tempo com os culés. Isso com o placar empatado. Pois caso a equipe treinada por Luis Enrique o abra, esse panorama pode mudar, e quem pode passar a explorar o contra ataque é o Barcelona (e nesse quesito nenhum time no mundo é tão letal quanto o Barcelona de Messi, Suárez e Neymar). Agora, caso a Juventus abra o placar, o desenho do jogo deve ser mantido (posse azul e grená e contra golpe branco e preto). Enfim. Seja como for, o fato é que neste sábado tem a final da Champions League, baby! Às 15h45, horário de Brasília. E que vença quem jogar mais em Berlim!
terça-feira, junho 02, 2015
Seleção da temporada europeia
A corneta é livre.
PS: Cristiano Ronaldo ficou de fora porque no 4-3-3 ele briga pela ponta esquerda, e a temporada de Neymar foi superior, na minha visão (Hazard idem). Não se faz o balanço exclusivamente pelo número de gols. É preciso medir outros fatores.
PS: Cristiano Ronaldo ficou de fora porque no 4-3-3 ele briga pela ponta esquerda, e a temporada de Neymar foi superior, na minha visão (Hazard idem). Não se faz o balanço exclusivamente pelo número de gols. É preciso medir outros fatores.
quinta-feira, maio 28, 2015
Onde o Cruzeiro errou na Libertadores
Quando um time argentino elimina um brasileiro em gramados brasileiros na fase de mata-mata, nós rasgamos elogios ao tradicional adversário: "Como eles jogam bem fora de casa!" E morremos de inveja. Admita. De fato, jogam mesmo. Mas por quê? Por que não é raro? Por que nos acostumamos a ver time argentino eliminar brasileiro no Brasil? E por que muitas vezes o visitante coloca o mandante na roda?
Isso acontece, em primeiro lugar, porque eles são organizados no quesito tático do esporte (onde mais estamos atrasados, diga-se) e porque contam com uma estratégia de jogo bem definida (além de contar com a qualidade técnica, claro). Sabem o que devem fazer na fase defensiva e o que devem fazer na fase ofensiva (em especial fora de cara, onde há mais espaços para atacar e tudo fica menos difícil). E por saberem o que devem fazer em campo, com a bola e sem a bola, tornam-se mais confiantes (com confiança tudo fica mais fácil). Por acreditarem nas ideias do treinador, as executam com mais tranquilidade (num time bem treinado, claro). Não é à toa que uma das boas virtudes dessas equipes é a frieza. Não se comportam de maneira tão pilhada, como ocorre com as brasileiras, por exemplo. "São extremamente frios fora de casa!" De fato, são mesmo. E o trabalho do treinador tem tudo a ver com isso.
Aí entramos no aspecto emocional no jogo. Ontem à noite, em Belo Horizonte, na partida de volta das quartas de final da Libertadores (1 a 0 para o Cruzeiro no Monumental de Nuñez), ficou evidente a discrepância mental entre as duas equipes. Mental não só no sentido de controle dos nervos (esse papo de que argentino catimba demais, aliás, é puro mimimi de brasileiro), mas também no sentido da racionalidade na hora de tomar as decisões (ou melhor, na fração de segundo). E de onde vem essa frieza toda? Eles também não têm "sangue latino" como nós, uai? Pois então. Tudo está entrelaçado. Tudo é uma soma de fatores. E como eu disse antes, o trabalho do treinador (tático) tem tudo a ver com isso, porque, uma vez encaixado num time bem treinado, num time com uma proposta de jogo bem clara, com uma filosofia de jogo bem clara, onde o coletivo funciona minimamente bem, o jogador se sente mais à vontade. E naturalmente rende mais.
No caso da eliminação do Cruzeiro (3 a 0 para o River Plate no Mineirão), isso se aplica. Pelo seguinte: o time de Marcelo Oliveira não mostrou variedade no repertório ofensivo. Desde cedo, com a bola, se resumiu a abrir o jogo com a finalidade de cruzar na área. Mesmo atrás no placar, um desespero, um apelo à jogada aérea muito cedo, ainda na metade do primeiro tempo. Às vezes dá certo. Mas na maioria das vezes, não. Como não deu (e acabou levando três, o que escancara a falta de qualidade também na fase defensiva – algo que sobra, por exemplo, ao time de Aguirre). E digo também porque, na ofensiva, com a bola, faltou qualidade para trabalhar a posse. Porque fora de casa é lindo! Com espaços abundantes no campo ofensivo fica "fácil" trabalhar a posse. Verticaliza-se em velocidade (contra ataque) e deu pra bola. Já em casa, o buraco é mais embaixo. Uma vez que o adversário se fecha lá atrás, os espaços são reduzidos. E é aí que a cobra fuma. Pois quando é preciso trocar passes e girar o jogo com paciência e precisão, diante de um time que se defende bem, sob pressão da própria torcida que muitas vezes não apoia na hora h, ainda por cima, muitos times se perdem. Como aconteceu ontem com o Cruzeiro.
No momento, no entanto, não podemos sequer cogitar a queda de Marcelo Oliveira. Não é isso. É preciso compreender que vários titulares da temporada passada saíram, novos entraram, e que não se constrói um time da noite para o dia (no futebol quatro meses significam da noite para o dia). Na contramão, por exemplo, está o próprio River: praticamente não trocou nenhuma peça da temporada passada. Já o Cruzeiro "perdeu" quatro titulares (Éverton Ribeiro, Ricardo Goulart, Lucas Silva e Egídio). Só isso. Portanto, é preciso controlar o imediatismo que corre nas nossas veias e ter calma na hora de decretar o fim de Marcelo no Cruzeiro. Não estou dizendo para ele ficar para sempre na Toca da Raposa. Não é isso. Mas se for para trocar de treinador, que seja após a 38ª rodada do Brasileirão, okay?
Ah, e tem mais um detalhe: se a Copa Libertadores fosse disputada em dois semestres, como ocorre por exemplo com a Champions League, o Cruzeiro, cheio de novos atletas (meio time), teria mais tempo (o dobro) para encaixar e entrar na fase de mata-mata mais maduro. Com a Libertadores disputada em um semestre apenas, todavia, vários times, cheios de novos atletas, entram no mata-mata ainda em formação. Aí acabam morrendo. Prematuramente. Como aconteceu ontem com o Cruzeiro.
Isso acontece, em primeiro lugar, porque eles são organizados no quesito tático do esporte (onde mais estamos atrasados, diga-se) e porque contam com uma estratégia de jogo bem definida (além de contar com a qualidade técnica, claro). Sabem o que devem fazer na fase defensiva e o que devem fazer na fase ofensiva (em especial fora de cara, onde há mais espaços para atacar e tudo fica menos difícil). E por saberem o que devem fazer em campo, com a bola e sem a bola, tornam-se mais confiantes (com confiança tudo fica mais fácil). Por acreditarem nas ideias do treinador, as executam com mais tranquilidade (num time bem treinado, claro). Não é à toa que uma das boas virtudes dessas equipes é a frieza. Não se comportam de maneira tão pilhada, como ocorre com as brasileiras, por exemplo. "São extremamente frios fora de casa!" De fato, são mesmo. E o trabalho do treinador tem tudo a ver com isso.
Aí entramos no aspecto emocional no jogo. Ontem à noite, em Belo Horizonte, na partida de volta das quartas de final da Libertadores (1 a 0 para o Cruzeiro no Monumental de Nuñez), ficou evidente a discrepância mental entre as duas equipes. Mental não só no sentido de controle dos nervos (esse papo de que argentino catimba demais, aliás, é puro mimimi de brasileiro), mas também no sentido da racionalidade na hora de tomar as decisões (ou melhor, na fração de segundo). E de onde vem essa frieza toda? Eles também não têm "sangue latino" como nós, uai? Pois então. Tudo está entrelaçado. Tudo é uma soma de fatores. E como eu disse antes, o trabalho do treinador (tático) tem tudo a ver com isso, porque, uma vez encaixado num time bem treinado, num time com uma proposta de jogo bem clara, com uma filosofia de jogo bem clara, onde o coletivo funciona minimamente bem, o jogador se sente mais à vontade. E naturalmente rende mais.
No caso da eliminação do Cruzeiro (3 a 0 para o River Plate no Mineirão), isso se aplica. Pelo seguinte: o time de Marcelo Oliveira não mostrou variedade no repertório ofensivo. Desde cedo, com a bola, se resumiu a abrir o jogo com a finalidade de cruzar na área. Mesmo atrás no placar, um desespero, um apelo à jogada aérea muito cedo, ainda na metade do primeiro tempo. Às vezes dá certo. Mas na maioria das vezes, não. Como não deu (e acabou levando três, o que escancara a falta de qualidade também na fase defensiva – algo que sobra, por exemplo, ao time de Aguirre). E digo também porque, na ofensiva, com a bola, faltou qualidade para trabalhar a posse. Porque fora de casa é lindo! Com espaços abundantes no campo ofensivo fica "fácil" trabalhar a posse. Verticaliza-se em velocidade (contra ataque) e deu pra bola. Já em casa, o buraco é mais embaixo. Uma vez que o adversário se fecha lá atrás, os espaços são reduzidos. E é aí que a cobra fuma. Pois quando é preciso trocar passes e girar o jogo com paciência e precisão, diante de um time que se defende bem, sob pressão da própria torcida que muitas vezes não apoia na hora h, ainda por cima, muitos times se perdem. Como aconteceu ontem com o Cruzeiro.
No momento, no entanto, não podemos sequer cogitar a queda de Marcelo Oliveira. Não é isso. É preciso compreender que vários titulares da temporada passada saíram, novos entraram, e que não se constrói um time da noite para o dia (no futebol quatro meses significam da noite para o dia). Na contramão, por exemplo, está o próprio River: praticamente não trocou nenhuma peça da temporada passada. Já o Cruzeiro "perdeu" quatro titulares (Éverton Ribeiro, Ricardo Goulart, Lucas Silva e Egídio). Só isso. Portanto, é preciso controlar o imediatismo que corre nas nossas veias e ter calma na hora de decretar o fim de Marcelo no Cruzeiro. Não estou dizendo para ele ficar para sempre na Toca da Raposa. Não é isso. Mas se for para trocar de treinador, que seja após a 38ª rodada do Brasileirão, okay?
Ah, e tem mais um detalhe: se a Copa Libertadores fosse disputada em dois semestres, como ocorre por exemplo com a Champions League, o Cruzeiro, cheio de novos atletas (meio time), teria mais tempo (o dobro) para encaixar e entrar na fase de mata-mata mais maduro. Com a Libertadores disputada em um semestre apenas, todavia, vários times, cheios de novos atletas, entram no mata-mata ainda em formação. Aí acabam morrendo. Prematuramente. Como aconteceu ontem com o Cruzeiro.
quarta-feira, maio 27, 2015
Seja mais do que bem-vindo, Osorio!
Confesso que não conheço direito o trabalho de Juan Carlos Osorio. Vi alguns jogos do Atlético Nacional na Libertadores e na Sul-Americana, mas nada além disso. Inclusive tenho registradas duas pranchetas no arquivo do Futebol de Botão, uma de 2012 e outra de 2014. Mas nada além disso. Logo, não posso opinar com precisão sobre o novo treinador do São Paulo.
Veja aqui Os 10 Mandamentos de Osorio
Após ver esta entrevista dada pelo colombiano no programa argentino Puro Concepto, todavia, confesso que fiquei pra lá de otimista. E, baseado nos 50 minutos do vídeo abaixo, e principalmente na média técnica dos treinadores do país do 7 a 1, cheguei à evidente conclusão de que se trata de uma excelente contratação. Confira. Vale a pena.
Vai dar certo? Não sei. Primeiro defina “dar certo”. O que é dar certo? É pura e simplesmente ganhar títulos? É pura e simplesmente o resultado positivo no placar ao final do jogo ou ao final do campeonato? Por favor, né. O futebol vai muito além disso. Não se pode resumir a análise desse esporte tão rico duma maneira tão pobre. É preciso analisar o jogo em si, não o resultado. Com todo respeito, o resultado qualquer idiota analisa, qualquer retardado constata. Já o jogo... Aí o buraco é mais embaixo, né? Pois é. Não à toa, quase não se fala de campo e bola na nossa imprensa (ao ponto do vídeo acima parecer algo de outro planeta).
Leia aqui por que treinador estrangeiro é necessário ao futebol brasileiro
Vai dar errado? Diria que só vai dar errado se Carlos Miguel Aidar ceder às prováveis cornetas de parte da imprensa e da torcida, que inevitavelmente vão soar e ecoar pelos corredores do Morumbi caso o time não seja campeão do Brasileirão ou não se classifique para a Libertadores 2016, por exemplo (leia aqui por que nossos cartolas demitem como demitem). Ou seja, só vai dar errado se o contrato for rescindido antes do tempo, independente dos malditos resultados a curto prazo.
Veja aqui Os 10 Mandamentos de Osorio
Após ver esta entrevista dada pelo colombiano no programa argentino Puro Concepto, todavia, confesso que fiquei pra lá de otimista. E, baseado nos 50 minutos do vídeo abaixo, e principalmente na média técnica dos treinadores do país do 7 a 1, cheguei à evidente conclusão de que se trata de uma excelente contratação. Confira. Vale a pena.
Vai dar certo? Não sei. Primeiro defina “dar certo”. O que é dar certo? É pura e simplesmente ganhar títulos? É pura e simplesmente o resultado positivo no placar ao final do jogo ou ao final do campeonato? Por favor, né. O futebol vai muito além disso. Não se pode resumir a análise desse esporte tão rico duma maneira tão pobre. É preciso analisar o jogo em si, não o resultado. Com todo respeito, o resultado qualquer idiota analisa, qualquer retardado constata. Já o jogo... Aí o buraco é mais embaixo, né? Pois é. Não à toa, quase não se fala de campo e bola na nossa imprensa (ao ponto do vídeo acima parecer algo de outro planeta).
Leia aqui por que treinador estrangeiro é necessário ao futebol brasileiro
Vai dar errado? Diria que só vai dar errado se Carlos Miguel Aidar ceder às prováveis cornetas de parte da imprensa e da torcida, que inevitavelmente vão soar e ecoar pelos corredores do Morumbi caso o time não seja campeão do Brasileirão ou não se classifique para a Libertadores 2016, por exemplo (leia aqui por que nossos cartolas demitem como demitem). Ou seja, só vai dar errado se o contrato for rescindido antes do tempo, independente dos malditos resultados a curto prazo.
quarta-feira, maio 20, 2015
O que já é ruim fica pior ainda
Quando digo que o futebol brasileiro é uma grande briga de foice no escuro, me refiro, entre outras coisas, ao nível dos nossos treinadores, e ao tempo que eles geralmente ficam no mesmo cargo. No que diz respeito ao nível, baseado nos padrões do jogo jogado na Europa, dá para dizer que é baixo (nem me refiro ao 7 a 1). E dá para dizer também que é semelhante. De uma forma geral, é muito semelhante. Em regra é o perfil do paizão que apela para o lado motivacional, entende pouco de tática e prioriza o talento individual (o craque resolve). No fim das contas, nenhum se destaca. E não à toa, nenhum tem mercado na elite do futebol mundial (Europa). Logo, o nivelamento é por baixo. Já no que diz respeito ao tempo que eles geralmente ficam no cargo, trata-se de um agravante, e este dado levantado por mim nesta quarta-feira lança luz sobre o problema. Confira aqui.
Hoje, às vésperas da terceira rodada do Brasileirão, dois clubes grandes estão sem treinador: Grêmio e Fluminense (Felipão saiu do Grêmio antes de completar dez meses no cargo, e Drubscky foi demitido do Fluminense com apenas dois meses de trabalho). Dois treinadores em duas rodadas. Outros dez clubes que disputam a Série A contrataram seus treinadores neste ano de 2015, incluindo interinos que foram “efetivados” (Milton Cruz no São Paulo e Marcelo Fernandes no Santos, por exemplo). Outro ponto que desperta a atenção - negativamente, claro - é que somente quatro (de vinte) estão na mesma equipe há mais de um ano: Levir Culpi no Atlético (1 ano e 1 mês), Eduardo Baptista no Sport (1 ano e 3 meses), Hemerson Maria no Joinville (1 ano e 4 meses) e Marcelo Oliveira no Cruzeiro (2 anos e 4 meses). O que isso quer dizer? Muita coisa.
Quer dizer, entre outras coisas, que os times de uma maneira geral não têm tempo para evoluir (sem tempo não há evolução; pergunte a Darwin). Quer dizer que esse enraizado e maldito troca-troca de técnicos (na maioria das vezes, troca-se seis por meia dúzia) impede que os times sejam construídos, impede que os times ganhem forma, que ganhem uma cara, um jeito de jogar, uma filosofia de jogo. Quer dizer que, entra ano e sai ano, o torneio base da temporada (pontos corridos) se desenrola com a maioria (mais da metade) de seus participantes em formação. E se nós partirmos do princípio de que uma equipe de futebol só começa a tomar corpo lá pelo sétimo, oitavo, nono mês de trabalho, chegamos à triste conclusão de que no Brasileirão não existem equipes de futebol propriamente ditas, pois a maioria delas (mais da metade) é comandada por treinadores que chegaram há menos de sete, oito, nove meses. Em outras palavras, esse troca-troca derruba ainda mais o nível do espetáculo, que já é baixo. Ou seja, o que é ruim, fica pior.
PS: Por que nossos dirigentes demitem treinadores como demitem? Leia aqui.
Hoje, às vésperas da terceira rodada do Brasileirão, dois clubes grandes estão sem treinador: Grêmio e Fluminense (Felipão saiu do Grêmio antes de completar dez meses no cargo, e Drubscky foi demitido do Fluminense com apenas dois meses de trabalho). Dois treinadores em duas rodadas. Outros dez clubes que disputam a Série A contrataram seus treinadores neste ano de 2015, incluindo interinos que foram “efetivados” (Milton Cruz no São Paulo e Marcelo Fernandes no Santos, por exemplo). Outro ponto que desperta a atenção - negativamente, claro - é que somente quatro (de vinte) estão na mesma equipe há mais de um ano: Levir Culpi no Atlético (1 ano e 1 mês), Eduardo Baptista no Sport (1 ano e 3 meses), Hemerson Maria no Joinville (1 ano e 4 meses) e Marcelo Oliveira no Cruzeiro (2 anos e 4 meses). O que isso quer dizer? Muita coisa.
Quer dizer, entre outras coisas, que os times de uma maneira geral não têm tempo para evoluir (sem tempo não há evolução; pergunte a Darwin). Quer dizer que esse enraizado e maldito troca-troca de técnicos (na maioria das vezes, troca-se seis por meia dúzia) impede que os times sejam construídos, impede que os times ganhem forma, que ganhem uma cara, um jeito de jogar, uma filosofia de jogo. Quer dizer que, entra ano e sai ano, o torneio base da temporada (pontos corridos) se desenrola com a maioria (mais da metade) de seus participantes em formação. E se nós partirmos do princípio de que uma equipe de futebol só começa a tomar corpo lá pelo sétimo, oitavo, nono mês de trabalho, chegamos à triste conclusão de que no Brasileirão não existem equipes de futebol propriamente ditas, pois a maioria delas (mais da metade) é comandada por treinadores que chegaram há menos de sete, oito, nove meses. Em outras palavras, esse troca-troca derruba ainda mais o nível do espetáculo, que já é baixo. Ou seja, o que é ruim, fica pior.
PS: Por que nossos dirigentes demitem treinadores como demitem? Leia aqui.
terça-feira, maio 19, 2015
XI da Premier League 2014/15
Às vésperas da última rodada, publico minha seleção do campeonato.
A corneta é livre.
PS: Coutinho não entrou porque algumas de suas grandes exibições na temporada foram pela FA Cup, e não pela Premier League. E não entrou também porque ficaria mais fácil para encaixar Agüero e Kane no XI.
A corneta é livre.
PS: Coutinho não entrou porque algumas de suas grandes exibições na temporada foram pela FA Cup, e não pela Premier League. E não entrou também porque ficaria mais fácil para encaixar Agüero e Kane no XI.
segunda-feira, maio 18, 2015
O dedo de Messi
Vale refrescar a memória. O time só engrenou quando Messi passou para a ponta direita e Suárez foi jogar como centroavante. Até então, nas primeiras partidas da temporada 2014/15, com o uruguaio em campo (lembre-se que ele perdeu dois meses da temporada devido à punição da FIFA), Messi foi falso nove e Suárez ponta-direita. Isso mesmo. Nos primeiros jogos do trio MSN, Luis Suárez foi o ponta-direita, Neymar Jr. o ponta-esquerda e Lionel Messi o centroavante. Eis que, lá pelas tantas, o camisa 10 passou para a ponta direita, o camisa 9 passou a jogar como nove, e tudo mudou. Para melhor.
Quando Suárez foi contratado, aliás, visualizei de imediato o time no 4-3-3 habitual, com Messi numa ponta, Neymar na outra e ele como centroavante. Parecia-me tão óbvio. Não só para mim, mas para uma galera. Luis Enrique, no entanto, demorou a enxergar o óbvio. Em defesa do treinador, confesso que cheguei a pensar que Messi não queria voltar à ponta, que não queria abandonar o papel de falso nove (invenção de Pep), pois nunca fora tão goleador na carreira. Pensei, inclusive, que o desentendimento entre Luis Enrique e Messi, no começo da temporada, tinha a ver com isso. E talvez até tenha. Contudo, mais tarde fiquei sabendo que quem decidiu pelo retorno de Messi à ponta direita foi o próprio Messi! Numa rodada qualquer da Liga (ou neste jogo aqui contra o Ajax), ele inverteu com Suárez por iniciativa própria e ordenou ao ex-Liverpool: “fique por aí”. A partir disso, tudo mudou.
Portanto, quando a gente for enaltecer o trabalho de Luis Enrique, quando a gente for comparar seus números em sua primeira temporada como treinador do Barcelona com os números de Guardiola, por exemplo, a gente precisa se lembrar deste detalhe. A gente precisa se lembrar que o ponto de mutação que colocou a equipe e principalmente o trio MSN nos trilhos na temporada 2014/15 foi justamente o retorno do canhoto Messi à ponta direita, depois de tanto tempo jogando como falso nove (e o reposicionamento de Suárez como centroavante), vide esta prancheta. Ou seja, a grande mudança do Barcelona campeão espanhol e finalista da Champions League foi de ordem tática, e ela passou pelo dedo de Messi, não do treinador.
Quando Suárez foi contratado, aliás, visualizei de imediato o time no 4-3-3 habitual, com Messi numa ponta, Neymar na outra e ele como centroavante. Parecia-me tão óbvio. Não só para mim, mas para uma galera. Luis Enrique, no entanto, demorou a enxergar o óbvio. Em defesa do treinador, confesso que cheguei a pensar que Messi não queria voltar à ponta, que não queria abandonar o papel de falso nove (invenção de Pep), pois nunca fora tão goleador na carreira. Pensei, inclusive, que o desentendimento entre Luis Enrique e Messi, no começo da temporada, tinha a ver com isso. E talvez até tenha. Contudo, mais tarde fiquei sabendo que quem decidiu pelo retorno de Messi à ponta direita foi o próprio Messi! Numa rodada qualquer da Liga (ou neste jogo aqui contra o Ajax), ele inverteu com Suárez por iniciativa própria e ordenou ao ex-Liverpool: “fique por aí”. A partir disso, tudo mudou.
Portanto, quando a gente for enaltecer o trabalho de Luis Enrique, quando a gente for comparar seus números em sua primeira temporada como treinador do Barcelona com os números de Guardiola, por exemplo, a gente precisa se lembrar deste detalhe. A gente precisa se lembrar que o ponto de mutação que colocou a equipe e principalmente o trio MSN nos trilhos na temporada 2014/15 foi justamente o retorno do canhoto Messi à ponta direita, depois de tanto tempo jogando como falso nove (e o reposicionamento de Suárez como centroavante), vide esta prancheta. Ou seja, a grande mudança do Barcelona campeão espanhol e finalista da Champions League foi de ordem tática, e ela passou pelo dedo de Messi, não do treinador.
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