A realidade é outra. Com o recente crescimento (financeiro) de Chelsea e Manchester City, o Liverpool perdeu a cadeira cativa na maior competição de clubes do planeta. De uns anos para cá, a verdade é que os Reds ficam mais fora da Champions League do que dentro. E isso tem reflexo direto na janela de transferências. Grana à parte, na hora do atleta decidir entre o clube A ou B, se o A estiver na UCL e o B não, a chance do A ser o escolhido aumenta consideravelmente.
Sem dúvida que a Premier League é um atrativo e tanto para quem vem de outro país jogar no Liverpool. Sem falar na tradição e etc. Mas ficar de fora da Liga dos Campeões é frustrante para os jogadores do mais alto escalão. E a tendência é que o time fique mais fora do que dentro da UCL pelos próximos anos. Portanto é natural que em certas ocasiões o Liverpool seja o clube B e não o A. Isso sem falar na grana, já que um jogador de altíssimo nível, do alto escalão, custaria uns, sei lá, € 60 milhões (fora o salário). Ou seja, para voltar a ser um clube de Champions League, digamos assim, o Liverpool terá de batalhar sem o dinheiro e sem os craques extraclasse de outras equipes. É possível? É. Mas não existem garantias de que sim. Nem de que não.
Pontos corridos é elenco. Não adianta. Em regra acabam no topo da tabela os clubes com os melhores elencos, os elencos mais fartos em quantidade e qualidade, os melhores distribuídos, de preferência com dois jogadores por posição, sem carências pontuais, que podem ser fatais. É assim em todos os campeonatos de pontos corridos e na Premier League não é diferente. E por uma questão financeira, em regra, Man City, Man United, Chelsea e, vá lá, Arsenal, possuem elencos superiores ao do Liverpool. Logo, em regra, City, United, Chelsea e Arsenal são/serão os ingleses na Champions League, uma vez que as vagas inglesas na UCL vêm do G4 da PL. Apesar disso tudo, no entanto, pode ser que o Liverpool vire a exceção e comece a terminar no G4 com mais frequência. Como? Com inteligência e continuidade.
Continuidade no sentido de dar tempo ao treinador. (Nesse ponto os caras que mandam no Liverpool foram bem, ao manter Brendan Rodgers. Tê-lo demitido seria um erro.) E inteligência no sentido da montagem do elenco. No sentido de aproveitar as oportunidades que o mercado oferece e reforçar o plantel de acordo com as carências identificadas, sempre colocando o custo-benefício na ponta do lápis. Claro. Nenhuma contratação tem garantia, vide a última janela de verão do próprio Liverpool, com Balotelli principalmente, mas também Lovren e Markovic, pelos valores pagos por eles. Ainda assim, aos poucos, entra janela, sai janela, o elenco vermelho vai sendo melhorado. Já está evidente que o 2015/16, por exemplo, é bem superior ao 2014/15. Mais completo. Pelo menos no papel. Agora vamos ver se no campo, na prática, os jogadores, sob o comando de Rodgers, conseguem deixar o Liverpool mais dentro do que fora da Champions League (sem falar na possibilidade de título da Premier League). Mas sabemos que a tarefa não é fácil, pois se o elenco do Liverpool melhora, o do City, do United, do Chelsea e do Arsenal (e do Tottenham) também melhoram.
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