quinta-feira, fevereiro 26, 2015

Repetir o XI é preciso

“A gente tem que evoluir.” São palavras de Rogério Ceni. Ao final da partida contra o Danubio, na noite desta quarta, no Morumbi, pela segunda rodada da fase de grupos Libertadores, Rogério Ceni disse que é preciso “melhorar”. Segundo o capitão tricolor, o desempenho do time perante a equipe uruguaia foi “razoável”, apesar do placar por 4 a 0 (Pato duas vezes, Reinaldo e Cafu). Concordo. Apesar do placar, pode-se sim dizer que a exibição foi razoável. E concordo mais ainda que o time tem que evoluir. Só que essa evolução jamais ocorrerá se o treinador não tiver convicção, porque sem convicção não há repetição, e sem repetição consequentemente não há evolução. Em outras palavras, essa evolução reclamada por Rogério jamais ocorrerá se Muricy não repetir o XI (as peças e o esquema tático).



Durante o segundo semestre do ano passado, quando engrenou de vez, o São Paulo se distribuiu no 4-4-2 em linha, com Ganso e Kaká pelas beiradas, Denilson e Souza volantes, mais a dupla de ataque, ora formada por Kardec e Pato, ora por Kardec e Luis Fabiano, ora por Pato e Luis Fabiano. Apesar de eu não gostar da ideia de Ganso aberto (você que me segue no Twitter sabe bem disso), admito que dessa forma, no 4-4-2 em linha, o time emplacou uma sequência relevante de vitórias no Brasileirão, acima de tudo, jogando bem. E foi assim, no 4-4-2 em linha, jogando bem, que o time encerrou a temporada em alta. Eis que no primeiro jogo da Libertadores 2015, não entendi até hoje por que, Muricy trocou o esquema tático. Na constrangedora derrota para o Corinthians (leia o post aqui), Muricy passou para o 4-4-2 em losango, algo praticamente inédito (sem falar no deslocamento de Michel Bastos – o substituto de Kaká – para a lateral). Aí te pergunto: por quê?

Já diante do Danubio, Muricy fez o que deveria ser feito: voltou para o 4-4-2 em linha, com Ganso aberto na direita, Michel Bastos na esquerda, e Pato e Luis Fabiano no ataque (e o time venceu por 4 a 0). Um bom sinal, já que foi nessa estrutura tática que o time rendeu mais na temporada passada. Logo, evidentemente, é preciso repeti-la na próxima rodada. Mas mais do que isso, mais do que repetir o esquema tático na próxima rodada, é preciso repetir as peças, é preciso repetir os jogadores. Repetir o esquema tático será um bom começo, eu sei. Contudo a evolução que Rogério pede jamais ocorrerá se Muricy Ramalho não repetir as peças. O entrosamento jamais irá florescer, por exemplo, se num jogo Pato é banco, no outro é titular, e assim por diante (olhe este tweet). Ou seja, além do esquema tático, Muricy precisa repetir os titulares, repetir o XI como um todo, faça chuva ou faça sol. Caso contrário, não haverá evolução.

Nenhum comentário: