Nos últimos dois meses, Tite fez mais pelo Corinthians do que Muricy fez pelo São Paulo nos últimos dois anos. Mais ou menos isso. No clássico disputado na Arena, nesta quarta-feira, válido pela primeira rodada da fase de grupos da Libertadores, essa diferença ficou nítida, quando o time treinado por Tite deu um banho no time treinado por Muricy, em especial nos quesitos tático e emocional do esporte. No que diz respeito à distribuição tática das peças, à estratégia, à proposta de jogo (e sua aplicação) e à concentração, o time de Tite superou o de Muricy com facilidade. A vitória corinthiana por 2 a 0 reflete fielmente o que foi a partida.
Não quero ser imediatista. Não pretendo julgar o trabalho de Muricy, nem de Tite, por apenas um jogo. Não vou endeusar Tite, nem crucificar Muricy, pelo jogo desta quarta. No entanto, se você pensar que Muricy está no São Paulo desde setembro de 2013, e que Tite voltou esses dias ao Corinthians, em tese o São Paulo deveria estar bem melhor que o Corinthians. Em tese o São Paulo deveria se encontrar num nível de evolução muito mais avançado que o Corinthians. Na prática, todavia, o que se viu foi o contrário. O que se viu foi a equipe que está sendo formada há menos tempo (Corinthians) muito mais completa do que a que vem sendo formada há mais tempo (São Paulo). E isso tem tudo a ver com o treinador. Palmas para Tite. Vaias para Muricy.
Pegue Jadson e Ganso, por exemplo. Personagens principais, por motivos óbvios: Jadson perdeu espaço no São Paulo após a chegada de Ganso e acabou negociado com o Corinthians, naquela transação que envolveu Alexandre Pato. A julgar pelo Majestoso desta quarta, você pode chegar à conclusão de que o São Paulo fez besteira, pois Jadson é melhor que Ganso, afinal o camisa 10 tricolor fez uma péssima partida e o camisa 10 alvinegro decidiu (uma assistência para Elias no primeiro tempo e um gol no segundo). Contudo é preciso ponderar que Jadson tem um time ao redor dele, ao passo que Ganso, não. E é aí que entra o dedo do treinador. Se Ganso não tem um time que funciona coletivamente ao seu redor, a responsabilidade é sim de Muricy, que está no cargo há quase dois anos. E se Jadson tem um time que funciona coletivamente ao seu redor, o mérito é sim de Tite, que está no cargo há quase dois meses. Ou seja, palmas para Tite e vaias para Muricy.
Um comentário:
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