quinta-feira, novembro 27, 2014

Mais do que um burro com sorte

Nos dois jogos da final da Copa do Brasil o Atlético superou o Cruzeiro em todos os aspectos do esporte: técnico, tático, físico e psicológico. Em outras palavras, o Galo engoliu a Raposa. Tanto no Independência, na ida, quanto no Mineirão, ontem à noite. E se você pensar nos épicos 4 a 1 da volta contra o Corinthians nas quartas e no 4 a 1 da volta contra o Flamengo na semifinal, essa conquista se torna ainda maior, ainda mais valorizada.

Mas antes de qualquer coisa, preciso dizer algo.



Quando Levir chegou ao Atlético falando que para ele jogador era número, torci demais o nariz e critiquei-o com força. Logo pensei: ih, mais um treinador brasileiro ultrapassado engana cartola trouxa (tem vários por aí). Nesse caso específico, sobre jogador ser número, Levir se referia a Diego Tardelli (leia aqui). Logo pensei que com aquele tipo de discurso ele iria perder o vestiário e que não iria durar muito tempo no cargo. O tempo mostrou, no entanto, que minha primeira impressão estava mais do que equivocada.

Não que Levir seja um Guardiola, um Ancelotti ou um Mourinho da vida. Não é isso. Longe disso. Não é porque ele e sua equipe ganharam a Copa do Brasil de maneira heroica que ele se tornou o melhor treinador do país. Não é isso. Longe disso. Contudo seria duma burrice e duma má vontade sem tamanho não reconhecer seus méritos. Méritos que começaram a ficar mais evidentes a cada jogo do Galo e a cada entrevista dada por ele. A impressão, não a primeira, mas a mais recente, que fico, é a de que Levir voltou outro homem do Japão. Tanto no que diz respeito ao profissional quanto no que diz respeito ao ser humano. Por isso, eu que o critiquei tanto em sua chegada, hoje sou só elogios. Sem endeusá-lo, claro, porém só elogios. Parabéns a ele e, obviamente, aos atletas.

PS: Um Burro Com Sorte? é seu livro.

Nenhum comentário: