O argentino Jonathan Calleri (22 anos) fica somente até o dia 30 de junho, o que naturalmente faz dele um titular absoluto no time do também argentino Bauza. A questão é: como encaixá-lo numa equipe com Kardec (e Ganso)? Porque, embora a temporada sequer tenha começado para valer, tudo indica ou indicava que o treinador do São Paulo optaria pelo 4-2-3-1, com Michel Bastos, Ganso e Centurión na linha de três, mais Kardec na frente. Com a chegada de Calleri, no entanto, esse desenho pode ser alterado. Ou não.
Digo ou não porque Kardec já fez e faz a beirada do campo se for preciso. Logo, dessa forma Calleri assumiria o comando do ataque, e a linha de três seria composta por Michel, Ganso e Kardec. Contudo é inegável que Kardec não tem a velocidade e a habilidade (características fundamentais para atuar aberto) dum Centurión da vida, por exemplo. Por isso, de fato, fico na dúvida: Bauza vai abrir Kardec na beirada e fim de papo ou vai alterar o esquema? Ou vai colocá-lo no banco?
Caso Patón não opte por Kardec na beirada, eis algumas alternativas: o 4-4-2 em linha, o 4-4-2 em losango e o 3-5-2 - a menos provável e talvez a que mais me agrade. Repare que nas três há uma dupla de ataque propriamente dita. Nem Kardec nem Calleri fariam a beirada do campo. Dessas maneiras, ambos ficariam mais próximos da área. O ponto é: no 4-4-2 em linha, Ganso teria de ser deslocado à beirada. Tudo bem que com a bola viria para a faixa central, mas sem ela teria de fechar o flanco do campo, acompanhar lateral, e isso é loucura para um atleta com suas características. Pode ser que desse certo, como chegou a dar naquele São Paulo de Muricy e Kaká, no segundo semestre de 2014. Contudo, me parece uma ideia meio sem pé nem cabeça. Ganso é visão e passe. É jogador de faixa central. Por essas e outras, essa alternativa, com o camisa 10 pela beirada, não me agrada.
Também não me agrada tanto a ideia do 4-4-2 em losango, com Ganso enganche, porque o 4-4-2 em losango em tese entrega as beiradas para o rival. Eu sei que não é tão simples assim. Porém como a maioria dos times hoje em dia joga com pontas (wingers), o 4-4-2 em losango, por concentrar os meio-campistas na faixa central, deixa os laterais muito expostos, ficam toda hora no mano a mano, quando não sofrem com a dobradinha feita pelo lateral e pelo ponteiro do adversário. Por essas e outras, essa ideia não me agrada tanto. Nem tanto pelas peças, mas mais pela estrutura tática mesmo (sempre lembrando que, obviamente, o que mais importa é o funcionamento do time, é o conceito de jogo e sua aplicação).
Por fim, o 3-5-2. Disse que talvez seja o sistema que mais me agrade nesse caso porque talvez seja o sistema que melhor equacione as questões Calleri, Kardec e Ganso. E Lugano. Porque no 3-5-2, Ganso não precisaria fazer a beirada. Tampouco Kardec. Ganso seguiria na praia dele, a faixa central, ao lado de Thiago Mendes e mais um (Hudson), e Kardec formaria a dupla de ataque com Calleri. As beiradas ficariam por conta dos alas (quatro nomes para duas vagas: Bruno, Michel, Mena e Carlinhos). E lá atrás, o veterano Lugano jogaria mais protegido, com Rodrigo Caio na sobra e Breno do outro lado. Por essas e outras, me parece a melhor alternativa. Mas como disse, talvez essa seja a menos provável. Seja como for, agora é aguardar para ver como Bauza vai solucionar esse "problema".
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