No último domingo, dia 26 de fevereiro, o Barcelona visitou o Atlético de Madrid pela 24ª rodada da Liga, e nele Luis Enrique adotou uma variação entre o 4-4-2 em linha (sem a bola, como mostra a imagem logo abaixo) e o 3-4-3 com um losango no meio campo (com a bola).
Diante do time de Simeone, Sergi Roberto, o então lateral-direito na fase defensiva, se incorporava ao meio campo na fase ofensiva, como interior-direito, deixando a zaga para o trio Piqué, Umtiti e Mathieu, enquanto o canhoto Rafinha pela direita e o destro Neymar pela esquerda geravam amplitude (e Suárez profundidade, na referência).
Dessa maneira Messi atua como o típico enganche daqueles times argentinos que jogavam no 4-4-2 em losango, com liberdade total para buscar a bola na altura do pivote e ver o jogo de frente se assim interpretar necessário. Dessa maneira, no entanto, o camisa 10 cai pouco pelo flanco direito, lugar de onde costumava partir em diagonal driblando os adversários e finalizando com curva por fora no canto oposto do goleiro, "à la Robben".
Três dias depois, nesta quarta-feira, o Barcelona recebeu o Sporting pela 25ª rodada da Liga, e Luis Enrique repetiu a variação 4-4-2/3-4-3. Só que dessa vez quem se incorporou ao meio campo na fase ofensiva não foi o lateral-direito, e sim um dos zagueiros: no caso, Busquets, que formou a dupla do miolo com Umtiti na fase defensiva (imagem abaixo).
Com a bola, a defesa ficava a cargo de Mascherano, Umtiti e Alba, ao passo que Busquets se deslocava uns metros à frente para preencher a posição que é seu habitat natural, de pivote, compondo assim o quarteto do meio, com Rakitic e Denis interiores e Messi enganche (Rafinha e Neymar na amplitude e Suárez na referência).
Em matéria de resultado, não dá para falar que não deu certo. Vitória por 2 a 1 sobre o Atlético no Calderón e goleada por 6 a 1 sobre o Sporting no Camp Nou. Essa variação, todavia, não me parece a mais adequada ao Barcelona, pois a transição entre as duas fases do jogo se torna lenta, sem falar que algumas peças não são as mais indicadas para executar determinadas tarefas (Rafinha não é winger, doble pivote com Denis e Rakitic - ou André Gomes, Iniesta - perde força na marcação, etc). Em outras palavras, essa variação, no fim das contas, prejudica os aspectos individual e coletivo da equipe, por mais que a intenção do treinador obviamente não seja essa.
De qualquer forma, o fato é que ontem Luis Enrique informou ao público que seu contrato com o Barcelona não será renovado, e o gigante catalão terá outro técnico na próxima temporada. Minha aposta? Jorge Sampaoli, claro. Pois, noves fora seu excelente currículo, além de futebolisticamente ser a cara do Barça (pressão, posse, passe, domínio, superioridade numérica, ocasiões de gol), Sampaoli é argentino, assim como o gênio e dono do time.
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