Manuel Pellegrini errou duas vezes. Primeiro ao escalar Agüero enfiado, e segundo ao substitui-lo no intervalo, quando o placar agregado marcava 2 a 0 para o Barcelona. Evidente, se ele sentiu alguma coisa de ordem física (não tenho essa informação), a alteração se fez necessária e a crítica se faz inválida e até irresponsável. Porém se Agüero foi sacado por uma questão tática e/ou técnica, o treinador chileno e seu assistente erraram feio, na minha modesta visão.
No jogo de volta das oitavas, nesta quarta-feira, no Camp Nou, o camisa 16 praticamente não tocou na bola nos 45 minutos em que esteve em campo por dois motivos: primeiro porque ela não chegou, e segundo porque, me parece, a ordem era jogar no limite da zaga do Barcelona. A estratégia em tese era pertinente. Como Piqué e Mascherano se posicionam lá em cima, o passe em profundidade para o velocíssimo centroavante era uma ótima pedida. Esse passe em profundidade, contudo, não deu as caras, e no fim das contas Kun pagou o pato.
Confira aqui a prancheta.
Insisto: se ele sentiu alguma coisa e precisou ser substituído, desconsidere minha cornetada. Agora, se a opção foi tática e/ou técnica, Pellegrini pipocou. Na verdade não sei se pipocar é o verbo. No entanto era mais viável colocar Dzeko ou Negredo, na volta do intervalo, no lugar de Nasri ou Milner (estava 2 a 0 para o Barça no agregado!). O time passaria a ter Silva na beirada direita, e principalmente Agüero passaria a ter mais liberdade para circular e mais oportunidade para participar, além de ganhar um companheiro de ataque, um nove de referência lá na frente. Mas como você sabe, o City voltou para a segunda etapa com Dzeko no lugar de Agüero.
Em relação ao jogo em si, o volume foi maior por um lado específico do gramado, em especial no primeiro tempo. O lado direito dos donos da casa e esquerdo dos visitantes. De um lado Daniel Alves e Neymar, do outro Milner e Kolarov. Como Neymar não marcou Kolarov como Kolarov marcou Neymar, muitas vezes o City dobrava a ofensiva em cima do lateral brasileiro. Neymar, em contrapartida, era a peça contratada para puxar o contra ataque nas costas do lateral sérvio. Do outro lado também houve batalhas entre Alba e Iniesta e Nasri e Zabaleta, porém com menos intensidade. Já no meio campo Xavi e Fàbregas e Touré e Fernandinho meio que se anularam. A marcação entre eles encaixou e, no frigir dos ovos, pouca criação ocorreu pela faixa centra de ambos os lados, algo que contribuiu para o número baixo ou inexistente de chances de gol durante boa parte da partida.
Em meio à suposta crise, inflamada por parte da imprensa local e global, e agora classificado às quartas de final da Champions League, o Barcelona tem condições de conquistar o título? Ter, eu diria que tem. Não é o Barcelona dos tempos de Guardiola, é verdade, mas quem tem Messi sempre tem condições de conquistar qualquer título. E o 4 a 1 no placar agregado contra o excelente Manchester City demonstrou isso. É sabido por todos, todavia, que favorito só tem um e ele atende pelo nome de Bayern de Munique. Logo, por ora, resta saber qual o adversário que o sorteio colocará no caminho do clube catalão.
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