A movimentação de Talisca me chamou a atenção, nesta quarta-feira. Me lembrou a movimentação de Ibrahimovic no PSG. A exemplo do que faz o craque sueco no time francês, na equipe treinada por Marquinhos Santos, com a posse da bola, o camisa 94 transita por uma extensa faixa do gramado, não somente às costas dos volantes adversários, mas eventualmente também na altura dos próprios volantes, em regra pelo corredor central.
Além de confundir a marcação, essa movimentação, estilo falso nove, coloca o Bahia em vantagem numérica no setor do meio campo. Pelo menos contra o Flamengo, em Macaé, no Moacyrzão, foi assim. Pois a equipe de Ney Franco atuou com três meio-campistas no miolo (Everton jogou aberto à esquerda e Paulinho à direita, noves fora Alecsandro no ataque), e o resultado foi Cáceres, Márcio Araújo e Elano vs Fahel, Rafael Miranda, Hélder e... Talisca.
Apesar do placar do primeiro tempo (1 a 0 para o Flamengo), o Bahia foi superior em todos os sentidos na etapa inicial (na final idem). Tanto antes do gol de Paulinho, aos 10 minutos (desatenção de Pará), quanto depois, o escrete de Salvador jogou mais bola, aproveitou melhor os espaços, trocou mais passes e criou mais chances, embora essa superioridade não tenha se convertido em gol.
Na segunda etapa, que vi até os 25 minutos (mudei para Cruzeiro vs Sport), não só pela necessidade de buscar o empate, o Bahia seguiu dominando, com Barbio e Guilherme Santos nas vagas de Branquinho e Hélder. Como disse, não sei como foram os 20 minutos derradeiros da partida, mas o fato é que o Bahia chegou lá no finzinho com, claro, ele, Anderson Talisca, de falta. O 1 a 1 ficou de bom tamanho para o time do Rio.
Veja bem. Não estou dizendo que Talisca é o novo Ibrahimovic, né. O título do post é apenas uma brincadeira com a campanha do atleta da Nike. Mas que sua função no Bahia lembra a do camisa 10 do PSG, lembra. Basta assistir aos jogos com atenção para perceber a semelhança (ambos os times jogam no 4-3-3, diga-se). E vale ressaltar que, para executar tal função, é preciso ter qualidade tática e técnica, algo que Talisca e seus 20 anos de idade já possuem. Ao inserir-se na meia cancha, boa parte das jogadas criativas passam por seu pé esquerdo.
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