Quando pessoas que eu não confio tomam decisões positivas para o mundo, eu desconfio. Sempre me pergunto o que pode haver por de trás delas, quem vai ganhar e quem vai perder com elas (ganhar e perder o quê?), quais as segundas ou terceiras intenções delas, ou melhor, qual a verdadeira intenção delas, essas coisas. Portanto qualquer medida dita positiva tomada por essa cúpula da FIFA, eu naturalmente recebo com o pé atrás, ressabiado. Feita essa pequena ressalva, confesso que recebo a notícia desta sexta-feira com bastante satisfação (leia aqui).
O mundo precisa mudar (já está mudando, na verdade). Nós, seres humanos, precisamos entrar logo na era do consumo racional (já estamos entrando). E o futebol, uma das melhores representações da nossa sociedade, se não a melhor, obviamente está inserido nesse contexto. Ao adotarem essa medida, de cortarem os intermediários das negociações de jogadores (justo a mão de obra), Blatter e sua turma em tese tornam o esporte mais popular do mundo mais sustentável, com gastos mais racionais, mais próximos do seu real valor, deixando o dinheiro onde ele deve estar, onde ele pode dar retorno ao seu meio, e não “perdido” pelo meio do caminho.
Claro que essa medida sozinha não vai mudar o mundo. Mas nada no mundo muda sozinho. Toda mudança ocorre por uma soma de fatores. Nada ocorre isoladamente. Enfim. O fato é que essa decisão da FIFA é apenas mais um fator nessa conta gigantesca que temos de fechar o quanto antes, não só em relação ao futebol, mas em relação ao planeta, do qual, lembre-se, o futebol faz parte. Afinal estamos todos, e tudo, no mesmo barco.
Um comentário:
Boa Tarde Carlão!
Escrevo desde Portugal, onde você tem alguns seguidores da sua escrita. Antes de mais, parabéns pelas suas ideias e parabéns pela fluidez da sua escrita.
100% de acordo com o que escreveu sobre a questão dos "fundos de investimento". Transparencia é melhorar o futebol atual.
Mas vai ter os seus custos para a 2ª divisão do futebol europeu. No momento que essas medidas entrarem em vigor, os clubes europeus com menos dinheiro, em particular os clubes portugueses, vão deixar de "comprar" passe de jogadores de classe media alta. Esse esquema dos fundos, ajudou clubes em Portugal, Grécia, Russia, Ucrania a entrarem na luta pelas competições UEFA. Assim, o fosso entre ricos e pobres vai aumentar e vamos passar a ver "os culpados do costume" sempre lutando entre si, sem um unico clubezeco no meio, tentando fazer pela vida, como de vez acontece na Champions, onde sempre aparece um outsider nas quartas de final.
Enfim, concordo, mas vamos ficar de fora...
Isto foi escrito no ponto de vista do importador. No do exportador, como o Brasil... prevejo algumas mudanças, mas não estou à vontade para especular.
um abraço e continue a mostrar como é o futebol brasileiro, amado por todos mas por vezes esquecido por alguns...
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