sábado, setembro 27, 2014

O dedo do treinador

Quem me segue no Twitter sabe o tamanho da admiração que tenho pelo trabalho de Rodgers. Admiração que se consolidou de vez na temporada passada, com aquele time que tinha Suárez voando, é verdade, mas que se destacava também por sua coletividade, sua troca de passes, sua posse de bola, seu poder de fogo, variando basicamente entre o 4-1-4-1 e o 4-4-2 em losango. Nesse início de temporada, no entanto, tudo mudou.



- Menos, Carlão. Tudo mudou é exagero. Não é para tanto.

- Tem razão.

Mas me parece evidente que Rodgers tem cometido mais mudanças do que necessário nesse início de 2014/15. A estrela da companhia saiu, é verdade. Porém me refiro mais especificamente à coletividade da equipe em si, e não à genialidade do atacante uruguaio, que obviamente faz falta. É verdade que muitos reforços chegaram também. Porém entendo que o treinador norte-irlandês deveria lançá-los com mais parcimônia, gradativamente (lembre-se: nada muda da noite para o dia).

Só uma coisa. Preciso ser justo. O melhor jogador do time, Daniel Sturridge, está fora de combate. Tem isso. Ainda assim, como disse, o que mais tem me incomodado nesse início de temporada em relação ao trabalho de Rodgers, minha maior crítica em relação ao seu trabalho nesse início de temporada, tem a ver com o coletivo, e não o individual. Dito isso de novo, me parece que duas escolhas dele têm atrapalhado o rendimento momentâneo dos Reds: a mudança de muitas peças e a mudança do esquema tático.

Sempre lembrando da ausência de Sturridge, o Liverpool ultimamente tem variado para o 4-2-3-1. Diante do Everton, neste sábado, no Anfield, pela 6ª rodada da Premier League, por exemplo (1 a 1), Markovic e Sterling atuaram pelas beiradas, Lallana por dentro, próximo a Balotelli, Gerrard e Henderson volantes, além de Manquillo, Skrtel, Lovren e Moreno na linha de quatro da defesa (seis atletas que chegaram na última janela de transferências no XI inicial). Em outras palavras, muitas alterações da noite para o dia (peças e estrutura). Ora! Se o capitão Gerrard, por exemplo, deitou e rolou coletiva e individualmente em 2013/14 jogando na cabeça de área (4-1-4-1 ou 4-4-2 em losango), por que raios tirá-lo dali? Por que colocá-lo para formar uma dupla com Henderson? Por que mexer justamente na espinha dorsal do time que deu tão certo?

Enfim. Rodgers deve ter lá seus motivos para fazer o que está fazendo. Deve ter suas razões para fazer as mudanças que está fazendo, da maneira que está fazendo, assim, a granel. Eu confesso que discordo dessas decisões adotadas por ele. Talvez por não compreendê-las completamente. Ou talvez por convicção mesmo.

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