Luis Enrique deve repetir o XI que recebeu o Manchester City no meio da semana, pelas oitavas de final da Champions League. Sem Busquets, o time catalão deve ter Mascherano à frente da dupla de zaga, formada por Piqué e Mathieu, de modo que as meias direita e esquerda devem ser ocupadas por Rakitic e Iniesta, respectivamente. No ataque, nada menos que Messi, Suárez e Neymar. Ou seja, o 4-3-3 que engrenou na temporada (depois de muito Luis Enrique bater cabeça, diga-se). Do outro lado, Ancelotti deve adotar o XI da última rodada da Liga, diante do Levante, agora com Kroos na vaga de Lucas Silva. Kroos e Modric, por sinal, devem formar a dupla de volantes do 4-4-2 em linha, e consequentemente devem bater de frente com Rakitic e Iniesta. O outro confronto individual do meio campo não parece estar bem definido, mas me parece que Mascherano deve duelar bastante com Cristiano Ronaldo e/ou Benzema.
Acredito no Real Madrid postado num compactado 4-4-2 em linha, marcando por zona lá atrás, voltado para o contra ataque. Embora a equipe de Ancelotti tenha qualidade para trabalhar a posse, em especial agora com o retorno de Modric, o pé pensante e acelerador pela faixa central, a tendência é a de que, no Camp Nou, o Barcelona fique mais tempo com a bola, o que naturalmente irá gerar espaços para o contra golpe blanco – em especial com a dupla de avançados composta por CR7 e Benzema, e com os wingers Bale e Isco. Ou seja, peças para encaixar um contra ataque que resulte em gol, o Madrid tem. Resta saber se terá consistência defensiva para não sofrer gol, em especial do trio MSN. Independente do adversário, hoje está difícil o trio de frente do Barça passar em branco. Ainda mais no Camp Nou. E uma vez aberto o placar, o panorama da partida pode mudar.
Pelas beiradas os duelos individuais devem ficar definidos por Daniel Alves vs Isco, Alba vs Bale, Messi vs Marcelo e Neymar vs Carvajal. Em tese, vantagem nítida dos quatro pontas sobre os quatro laterais. Como a marcação não é individual, todavia, quando os pontas entrarem em diagonal, outros jogadores terão de marcá-los. No caso de Messi, por exemplo, além de Marcelo, Sergio Ramos, Toni Kroos e até mesmo Isco devem enfrentá-lo com frequência. O mesmo se aplica a Pepe, Modric, até mesmo Bale, e Carvajal, em relação a Neymar. Já do outro lado, nos momentos em que o Madrid estiver trabalhando a posse, sem espaços para contra atacar, Rakitic e Iniesta terão de auxiliar os flancos na fase defensiva, senão Bale e Isco podem ficar no mano a mano, ou fazer dobradinhas e triangulações para cima de Alba e Daniel. Com espaços, na hora do contra ataque madrilenho, Mascherano terá de se desdobrar.
Talvez hoje a grande diferença entre Barcelona e Real Madrid é que um consegue ser altamente eficiente com a posse e no contra ataque, enquanto o outro não. Hoje o Barcelona consegue mesclar com altíssima eficiência as duas filosofias de jogo, os dois cenários que o jogo oferece, com espaços (contra ataque) e sem espaços (posse de bola). Independente da estratégia, da força do adversário e do contexto da partida, hoje o Barcelona consegue se adaptar e jogar em alto nível das duas maneiras. Já o Madrid, não. Hoje, não. Talvez a situação melhore com a volta de Modric, o cara que aumenta o volume pela faixa central, o cara que faz a diferença no passe e na conexão. Ainda assim, não. O croata está longe da melhor forma. Hoje, portanto, dá para dizer que o Madrid não consegue ser tão eficiente com a posse da bola como é no contra ataque. Por essas e outras, essa – o contra ataque – deve ser a arma de Ancelotti para tentar superar o favorito Barcelona no clássico deste domingo, válido pela 28ª rodada. No momento o Barcelona lidera com 65 pontos, seguido pelo Real Madrid, com 64 pontos. Em outras palavras, trata-se de um confronto direto pelo título da Liga. Para variar.
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