Coitado do Cavani. Quero dizer. Coitado nada. Ele ganha e muito bem para fazer o que faz. Mas, convenhamos, coitado dele. Tanto no PSG quanto no Uruguai, ele joga fora de posição. Centroavante de ofício, camisa 9 nato, matador raro, de técnica, habilidade e força física, tanto no clube quanto na seleção Edinson é deslocado, por causa de Ibrahimovic e Suárez. Ou melhor, por causa de seus respectivos treinadores, que julgam essas as melhores escolhas (discordo do primeiro caso e até concordo com o segundo).
No 4-3-3 do Paris Saint-Germain, Cavani joga na ponta direita (confira aqui na prancheta). Particularmente acho que caberia um 4-4-2 em linha no time francês, com Ibrahimovic e Cavani revezando-se nas funções do ataque, mas essa é outra discussão, merece um post à parte. O fato é que, mesmo fora de posição, em regra na ponta direita do 4-3-3 de Laurent Blanc, ele marcou 25 gols em 44 jogos na temporada 2013/14 (veja esse vídeo). Já na temporada anterior, pelo Napoli, jogando como centroavante que é, Cavani fez 38 gols em 43 partidas (veja esse vídeo). O uruguaio já expressou publicamente sua insatisfação em atuar fora de sua posição, inclusive. Como disse, porém, ele ganha e muito para acatar as ordens do técnico.
Diante da Itália, na terceira rodada do Grupo da Morte, em Natal, nesta terça-feira, Cavani foi de novo "sacrificado" - o que não é novidade -, dessa vez não pela beirada do campo, mas sim pela faixa central. No 3-6-1 adotado por Tabárez, sem a bola ele marcou Pirlo, para que Suárez fosse o último homem (confira aqui na pranheta). O curioso é que, no Liverpool, quando Rodgers opta pelo 4-1-4-1, geralmente Suárez fecha o lado do campo e Sturridge é o nove (veja aqui). Nos Reds, Suárez é o "sacrificado", enquanto na Celeste, Cavani se "sacrifica" por ele (é verdade que Luisito vem de cirurgia, contudo isso acontece mesmo em condições normais de temperatura e pressão). De qualquer forma, mesmo fora de sua praia, tanto no PSG quanto na seleção, são admiráveis a obediência e o comprometimento do camisa 21 uruguaio com o coletivo, à sombra da estrela da companhia.
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