terça-feira, junho 17, 2014

Wilmots complica Bélgica na estreia

Não entendi a escolha de Marc Wilmots. Juro que tentei, dentro das minhas limitações, entendê-la, mas confesso que não consegui. Não compreendi por que Chadli, do Tottenham, jogador de beirada de campo, winger, ponta, como queira, foi escalado pela faixa central, ao lado de Dembélé (completaram o time De Bruyne na extrema direita e Hazard na esquerda, além de Lukaku na referência e Witsel à frente da zaga).

No 4-1-4-1 da Bélgica, na minha visão, não faz sentido colocar Chadli por ali (se alguém quiser me ajudar a entender, estou à disposição). Ainda mais quando se enfrenta um oponente "retrancado", o que exige velocidade por fora e passe de qualidade por dentro (o que se viu foi o inverso). Justiça seja feita, porém, não se pode dizer que o péssimo primeiro tempo diante da Argélia, no Mineirão, nesta terça-feira, foi fruto exclusivo dessa opção infeliz do treinador. Não se pode botar a conta toda nessa decisão equivocada. Mas que ela foi a maior responsável, foi, pois ela implica em efeitos colaterais.



Outras escolhas de Wilmots também foram infelizes, é verdade, como deixar Fellaini no banco. Claro, falar depois é fácil, né. Depois que o meio-campista do Manchester United entrou e praticamente mudou o jogo (beijo, Moyes!), em especial por causa da bola aérea, é cômodo apontar o erro inicial do técnico. Contudo, caso Wilmots não tivesse inventado moda com Chadli pela faixa central (why?!), o provável parceiro natural de Dembélé, desde o pontapé inicial, teria sido Fellaini.

No amistoso do dia 26 de maio, contra Luxemburgo, aliás, esse foi o time, com o 8 no XI, ao lado de De Bruyne (confira aqui na prancheta). Ou seja, optar por Chadli pela faixa central não queima apenas o próprio Chaldi, que fica perdido por ali, mas também significa o remanejamento de outros jogadores, como deslocar De Bruyne à beirada direita (em vez de contar com Mertens ou Mirallas por ali, que são da posição, são do ramo).

Enfim. Dentro das minhas limitações de informação e até de conhecimento, parece-me que baixou o Professor Pardal em Wilmots, que ele quis criar algum elemento para surpreender o adversário. Sei lá. Quis encaixar bola no quadrado e quadrado na bola (naqueles brinquedos de crianças e macacos, sabe?). Em outras palavras, complicou, quando na verdade a simplicidade muitas vezes é o segredo do sucesso.

Menos mal que, em tempo, o treinador belga corrigiu no intervalo (assim como fez Sabella no Maracanã, contra a Bósnia), e aos poucos foi encontrando a equipe, com Mertens e Fellaini entre os onze. Registrada minha cornetada, o fato é a que Ótima Geração não estreou bem. A essa altura do campeonato, entretanto, o que importa são os três pontos, e eles vieram. Aos trancos e barrancos, mas vieram (2 a 1 de virada). Agora é se preparar para pegar a Rússia, no Rio, dia 22, também às 13h, de preferência com Fellaini titular e um ponta-direita de ofício na ponta direita.

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